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Manaus 354 anos: história e curiosidades sobre a capital do Amazonas

Conhecida durante o ciclo da borracha como Paris dos Trópicos, Manaus tem influências que deixam sua história ainda mais interessante

Fotos: Sidney Mendonça – CMM / Instituto Durango Duarte (imagem em preto e branco)

Completam-se hoje, 24 de outubro, 354 anos de muitas histórias e memórias que a cidade de Manaus vem acumulando. Fundada em 1669, Manaus tornou-se símbolo do norte do Brasil e está no coração da Amazônia, com cerca de 3 milhões de habitantes.

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O nome da cidade tem origem indígena e significa Mãe dos Deuses. Manaus emergiu durante o Ciclo da Borracha, época em que ficou conhecida como a “Paris dos Trópicos”, graças ao luxo de sua arquitetura de inspiração europeia, atraindo investimentos estrangeiros e migrantes de todas as partes do mundo.

É terra de quem nasceu aqui e de quem escolheu fazer nela a sua morada.

“Eu sou apaixonado por essa cidade que nasci, Manaus é minha casa, é a cidade que pretendo passar o resto da minha vida. Aqui estão as pessoas que eu amo, o povo pelo qual eu trabalho todos os dias. Eu, em nome da Câmara Municipal de Manaus, e além disso, de coração eu falo, Parabéns minha querida Manaus pelos seus 354 anos. Seguimos lutando por essa cidade e por esse povo”, afirmou o presidente da Câmara Municipal de Manaus (CMM), vereador Caio André (Podemos).

Mercado Adolpho Lisboa encanta os olhos de quem passa pelo Centro de Manaus

Ícone cultural e arquitetônico – O maior símbolo do período de glória do ciclo da borracha é, sem dúvidas, o Teatro Amazonas, que foi inaugurado em 1896. Construído em estilo renascentista, a edificação foi idealizada para que a capital amazonense tivesse uma casa de ópera à altura do poderio da elite da época.

“A alta classe precisava de uma edificação que pudesse frequentar e que lembrasse o que se vivia na Europa. Mas por muitos, o teatro Amazonas foi criticado, falavam que toda essa estrutura era desnecessária, um exagero sem precisão, um “objeto obsoleto”, pontuou o historiador Otoni Mesquita.

O teatro um dia criticado, hoje faz parte da história de Manaus e é considerado um dos mais importantes do país. O tempo mudou, e muito, a concepção dos manauaras. O rio, por exemplo, tão presente no nosso dia a dia, também já foi considerado sinônimo de pobreza, vamos explicar.

Cidade Flutuante – O fim do monopólio da borracha, a crise econômica dos anos 20 do século passado, o crescimento demográfico em razão da corrente migratória de ribeirinhos e nordestinos para Manaus, bem como a escassez de recursos contribuíram para a crise de falta de moradia na cidade. Nesse cenário, conforme relatam pesquisadores amazonenses, em 1920 o paraibano João Aprígio, com mulher e filhos para sustentar, passava por enormes dificuldades.

As casas flutuantes: subsistem até nos dias atuais

O que ele ganhava mal dava para a alimentação da família. Sem casa própria, Aprígio juntou dois troncos de açacu de um igapó e os rebocou, na popa de sua canoa, até o Educandos, local que entendeu como o mais apropriado para construir sua casa. Por vinte dias e vinte noites ele trabalhou, até deixar pronta aquela que seria a primeira casa flutuante de Manaus, dando origem ao que seria batizado, futuramente, de “Cidade Flutuante”.

A Cidade Flutuante nada mais era que um aglomerado de casas flutuantes construídas de maneira amontoada e sem nenhum saneamento básico, que tomou a paisagem da orla que ia do bairro Educandos ao Centro de Manaus, e que durou de 1920 a 1967, chegando a abrigar mais de 175 mil habitantes.

O rio Negro começou a ser cada vez mais marginalizado por conta dessas edificações, tornando-se sinônimo de pobreza. Nos dias atuais, o cenário mudou, e as mais belas e caras residências de Manaus estão de frente para o rio.

Calçadão do Largo – Voltando ao Centro da cidade, mais especificamente em frente ao Teatro Amazonas, existe um piso de pedras portuguesas com o famoso desenho formado por ondas pretas e brancas, no Largo São Sebastião. Foi construído na época áurea da borracha e finalizado em 1901 sendo, portanto, mais antigo que o famoso calçadão de Copacabana, no Rio de Janeiro, inaugurado em 1906.

“A verdade é que essas pedras portuguesas colocadas nesse formato de onda estão presentes em alguns espaços em Portugal. Elas representam o encontro dos rios com o mar. Aqui em Manaus se encaixou na perspectiva de que é o encontro das águas. E realmente, a calçada do Largo foi inaugurada anos antes do calçadão de Copacabana, no Rio de Janeiro”, enfatizou Otoni Mesquita.

Apesar de colonizado pelos portugueses e com grande influência lusitana, Manaus e Inglaterra tem suas histórias interligadas pelo ciclo da borracha.

Entre as heranças deixadas em Manaus pelos ingleses, as que mais se destacam são: o Mercado Municipal, o Prédio da Alfândega, o porto da cidade, também chamado de “Rodway”, o Bondinho, hoje desativado, e a implementação da luz elétrica. Oficialmente, Manaus foi a terceira cidade do Brasil a inaugurar serviços de bondes elétricos.

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Outra curiosidade é que o primeiro campeonato Amazonense de futebol foi realizado pelos ingleses em 1914. O time vencedor foi o Manaós Athletic Club formado apenas por ingleses. O primeiro jogo da seleção da Inglaterra em Manaus aconteceu exatamente 1 século depois da final deste campeonato.

Fotos: Sidney Mendonça – CMM / Instituto Durango Duarte (imagem em preto e branco)

Fonte: ASCOM/CMM

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