Indicada para o tratamento de doenças como obesidade, diabetes e hipertensão, segundo a Associação Bahiana de Medicina – ABM, a dieta low carb ganhou força a partir do início dos anos 2000 no panorama muldial e consiste na redução do consumo de carboidratos combinada ao aumento da ingestão de outros nutrientes, em especial de proteínas. Essa diminuição, porém, como revela o estudo do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, pode comprometer a produção da serotonina, substância presente no cérebro humano e que é responsável por controlar as emoções dos indivíduos.
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Em um país como o Brasil, no qual 31% da população está com sobrepeso, conforme aponta o levantamento da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, a dieta low carb tem representado uma prática comum a milhares de pessoas, tanto que foi o método de emagrecimento representa cerca de 7% de todas as pesquisas feitas sobre “dieta” no Google, entre 2018 e 2023, segundo dados do Google Trends.
Apesar de amplamente adotada no Brasil para ser uma aliada no processo de perda de peso, o impacto de escolha da dieta de baixa ingestão de carboidratos vai além da balança e pode influenciar o humor de modo direto, segundo o Dr. Márcio Bomtempo, médico da área de Nutrologia do AmorSaúde, rede de clínicas parceira ao Cartão de TODOS.
“Quando passamos a ingerir baixos índices de carboidratos, a primeira coisa que notamos é uma sensação momentânea de mau humor, nos primeiros dias da dieta. Com o tempo, porém, a pessoa que adere ao low carb passa a se sentir mais leve e desintoxicada, o que provoca uma sensação de bem-estar. Em meio a este processo, há uma elevação da autoestima pela perda de peso e pelos ajustes que acontecem nos neurotransmissores cerebrais, principalmente com a produção de endorfinas, dopamina e, sobretudo, serotonina, que é o hormônio do bom humor e da sensação de felicidade”, destaca o Dr. Márcio Bomtempo.
O médico explica que, além do bom humor, a diminuição de carboidratos na dieta é visível na silhueta por conta do déficit calórico. “Emagrece, porque nós reduzimos a carga glicêmica da oferta de carboidratos, com isso a cada grama de carboidratos retirada, nós reduzimos em quatro calorias o aporte orgânico. Quando cortamos carboidratos, o organismo enfrenta uma diminuição na glicose sanguínea e começa a procurar fontes alternativas de gordura, principalmente as gorduras armazenadas, como a gordura visceral e as gorduras em volta dos músculos. Com isso, há perda de massa gorda”, salienta.
Cabe destacar, no entanto, que embora existam dietas que estimulem a restrição total dos carboidratos, nem todos eles são inimigos da perda de peso, conforme ressaltado no manual de Alimentação Saudável do Ministério da Saúde. O documento elaborado pela pasta destaca que os carboidratos são substâncias essenciais para o organismo e consistem na fonte de energia mais disponível na natureza, formando a parte principal da dieta do homem na forma de amido e sacarose, em particular. São exemplos de carboidratos bons e que podem ser adicionados à dieta, segundo o Ministério da Saúde: cereais, tubérculos, leguminosas e frutas.