Trabalhar de qualquer lugar do mundo já é uma realidade possível para algumas áreas. O nomadismo digital, estilo de vida em que os indivíduos trabalham 100% através da internet, sem a necessidade de estar em um local fixo e físico de trabalho, ganhou ainda mais forças durante a pandemia de covid-19. Somente em novembro de 2020, cerca de 7,9 milhões de pessoas trabalharam de forma remota, de acordo com a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) COVID19, realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
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O trabalho remoto foi uma das soluções encontradas para muitos trabalhadores e empresas, que seguem adeptos a esse modelo mesmo após a flexibilização das medidas sanitárias de combate à pandemia. Os nômades digitais, como são chamados, são profissionais autônomos ou ligados a uma organização que podem trabalhar, literalmente, de qualquer lugar, tendo a oportunidade de viverem viajando e visitando novos lugares.
Mas, além do contexto pandêmico, diversos profissionais têm encontrado satisfação em unir trabalho e lazer, podendo conhecer cidades e países diferentes enquanto trabalham, desde que tenham uma boa conexão com a internet. Em todo o mundo, já são mais de 35 milhões de pessoas que vivem como nômades digitais, segundo o Relatório Global de Tendências Migratórias 2022 da Fragomen, empresa especializada em tendências de migração. O mesmo documento aponta que até 2035 serão cerca de 1 bilhão de trabalhadores digitais.
“As plataformas de trabalho online, como as plataformas de crowdwork, um modelo de negócio de terceirização online, são plataformas que daqui 10 anos vão ser a forma de trabalho mais comum no mundo”, comenta Gabriel Franco, CEO e sócio fundador da startup LAMEGO, plataforma de crowdwork brasileira de marketing digital. Para o CEO, outras áreas profissionais podem ter, a médio e longo prazo, suas próprias plataformas de terceirização online.
Além das profissões mais tecnológicas, como UX/UI Design, desenvolvedores e analista de dados, outros profissionais podem usufruir do trabalho remoto, como produtores de conteúdo, editores de vídeo, investidores, gestores de mídias sociais e tráfego, tradutores, designers, ilustradores e outras áreas que não tem a necessidade da presença física.
Mais de 25 lugares do mundo oferecem visto para nômades digitais
Já são mais de 25 destinos do mundo que passaram a ter ou estão em processo de estabelecer um visto específico para os nômades digitais, inclusive o Brasil. Apesar de terem algumas diferenças, os vistos para nômades são semelhantes e exigem que o profissional tenha vínculo com um empregador fora do país e comprovem uma renda mínima. Dentre os benefícios, alguns vistos dão direito a carteira de motorista e conta bancária. A lista de destinos inclui Argentina, Bahamas, Costa Rica, Grécia, Islândia, Panamá, Dubai, entre outros.
Além do crowdwork, trabalho em plataformas de terceirização online, existem outras maneiras de viabilizar o “nomadismo digital”, como as plataformas de trabalho freelancer, que contratam profissionais de diversas áreas para prestar serviços, e os sites de afiliados, que promovem produtos digitais, os chamados infoprodutos.
Apesar de ser uma tendência promissora no mundo do trabalho, viver do nomadismo digital exige disciplina, organização e várias adaptações para que o profissional possa, de fato, desfrutar da liberdade de trabalhar em qualquer localização do mundo.