A norte-americana Marilyn Jones está processando a empresa de cruzeiros Celebrity Cruises por um incidente ocorrido em agosto do ano passado, durante um cruzeiro de oito dias pelo Caribe a bordo do navio Celebrity Equinox. O marido de Marilyn, Robert, de 79 anos, faleceu de ataque cardíaco após apenas dois dias de viagem. A empresa ofereceu duas opções a Marilyn: desembarcar com o corpo do marido em San Juan, capital de Porto Rico, ou concordar em mantê-lo armazenado no necrotério do navio até que o retorno à Flórida, seis dias depois. Marilyn escolheu a segunda opção, só não sabia que viria a seguir.
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Ao chegar em Fort Lauderdale, já nos Estados Unidos, um agente funerário e um assistente do xerife foram retirar o corpo de Robert, mas, descobriram que ele havia sido transferido do necrotério para um refrigerador de bebidas em um andar diferente. O corpo havia se decomposto devido à temperatura insuficiente, o que impediu que a família tivesse um caixão aberto em seu velório e funeral.
Marilyn, que foi casada com Robert por 55 anos, está buscando um julgamento com júri e pelo menos US$ 1 milhão em danos (cerca de R$ 5 milhões) por seu trauma. A Celebrity Cruises não quis comentar sobre o processo, citando “a sensibilidade dos fatos alegados e por respeito à família”.
Segundo o processo, membros da tripulação informaram a Marilyn que se ela desembarcasse em San Juan teria que ficar em Porto Rico com o corpo do marido e tomar providências por conta própria para levá-lo de volta à Flórida. Marilyn deu permissão à tripulação para armazenar o corpo de Robert no necrotério do navio e segurou-se em permanecer a bordo pelo resto do cruzeiro, segundo o processo.
Quando o agente funerário e o assistente do xerife foram retirar o corpo, descobriram que ele não estava mais no necrotério, mas sim em um refrigerador de bebidas, que não era frio o suficiente para armazenar um corpo humano. O refrigerador era destinado a coisas como refrigerante, disse o advogado que representa Marilyn e sua família.
Todos os navios de cruzeiro são obrigados a ter um necrotério porque as mortes a bordo não são incomuns, disse Hendrik Keijer, especialista em operações marítimas. Segundo o processo, se Marilyn soubesse que o necrotério não estava funcionando, ela teria escolhido retirar o corpo de seu marido do navio em Porto Rico. Os advogados afirmam que a forma como a Celebrity Cruises lidou com o assunto foi “imprudente e descuidada”.
Marilyn e sua família estão “arrasados” e vão lutar para se recuperar, segundo o advogado que representa o caso. “Pelo resto da vida ela vai ter que pensar sobre isso”, finalizou ele.
Fonte: O LIBERAL