Escola Estadual Thomázia Montoro, localizada na zona oeste de São Paulo, foi alvo de ataque nesta segunda-feira (27)
Casos como o da Escola Thomázia Montoro começaram a aparecer no Brasil nos anos 2000 e se intensificaram recentemente. Telma Vinha, que pesquisa violência nas escolas na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), diz que não há política pública no Brasil para prevenir ataques. “Vai acontecer de novo, só não se sabe onde.”
Como a senhora analisa a alta do número desses casos no Brasil?
Acende um alerta muito grande, porque a gente sabe que vai acontecer de novo. Só não sabe onde. Antigamente, esses casos ocorriam muito mais devido a bullying, sofrimento, agressão. Isso permanece, mas atualmente são muito mais movidos por uma radicalização da juventude. A gente classifica os ataques em dois tipos: os primeiros são os motivados por vingança, raiva, que é o que aconteceu em São Paulo. Mas todos têm planejamento. É algo que a pessoa volta para mostrar do que é capaz, para se vingar. Existe premeditação, planejamento, que geralmente é aprendido na internet. O outro tipo de ataque tem também sofrimento na escola, mas é cometido por usuários de uma cultura extremista. Tem o objetivo de fazer o maior número de vítimas.
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E é estimulado em plataformas e jogos da internet?
Eles fazem parte de uma articulação de uma espécie de comunidade mórbida. Isso está no Twitter, WhatsApp, TikTok, Discord. Eles são cooptados em jogos, por exemplo, e vão a várias plataformas que ensinam ataque. Também entram nas chamadas TCC, que significa true crime community (comunidade de crime real). É uma subcultura online, com células fascistas. Não é simples de resolver. Não adianta dizer que o pai tem de acompanhar a internet.
Fonte: R7.COM