Uma vacina é a nova esperança contra o neuroblastoma, um tipo de câncer de cérebro bastante agressivo. Cientistas dos Estados Unidos vão testar o tratamento em seres humanos, após a droga funcionar em camundongos e dar taxa de sobrevida de 51%
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Os pesquisadores do Memorial Sloan Kettering Cancer Center (MSK), de Nova York, fizeram testes em animais com um imunoterapêutico de base viral para melanoma e câncer de mama.
O estudo demonstrou que a administração do imunoterapêutico, baseado em vírus, na forma de uma vacina Ankara, modificada recombinante (rMVA) para melanoma e tumores de mama em modelos de camundongos, destruíram as células T reguladoras especializadas (Tregs) que suprimem a resposta imune do corpo.
Resultados do estudo
Resultados do CodeBreaK 100, um ensaio clínico multicêntrico internacional, descobriram que o inibidor KRAS G12C ofereceu benefícios a longo prazo para muitos pacientes – com uma taxa de sobrevida global de 51% após um ano e 33% após dois anos.
As imunoterapias que liberam o sistema imunológico do corpo para combater o câncer revolucionaram a forma como os tumores sólidos são tratados.
Os pesquisadores usaram o sequenciamento de RNA de célula única para conseguir os resultados.
Pesquisas sobre o neuroblastoma
Nas pesquisas, foi feita uma análise abrangente da evolução genômica dos tumores em que havia amostras. Os pesquisadores descobriram que a doença surge cedo durante o desenvolvimento no útero e rapidamente se diversifica geneticamente.
O neuroblastoma é um tumor que aparece na glândula adrenal durante o desenvolvimento do embrião, é responsável por 15% de todas as mortes por câncer infantil.
Em dois terços dos casos, o tumor é considerado de alto risco e muito difícil de curar. Crianças com neuroblastoma de alto risco são frequentemente diagnosticadas com doença em estágio 4, que inclui metástase generalizada.
No momento do diagnóstico, as células cancerígenas metastáticas haviam se estabelecido em locais distantes do corpo, em que podiam permanecer adormecidas por períodos de até 10 anos, apenas para causar recaídas anos depois.
Testes em humanos
A próxima etapa agora é testar o remédio em pessoas.
Para esta etapa, foram utilizadas amostras cirúrgicas de 283 pacientes de alto risco. A partir deste material, foi testada a medicação que demonstrou ser mais eficiente nos ratos mais jovens.
O sotorasib teve um desempenho significativamente melhor do que os regimes de quimioterapia padrão baseados em docetaxel, que têm uma taxa de sobrevida global de 14% após dois anos.
Pacientes sem uma forte resposta imune antitumoral preexistente, no entanto, não se beneficiam dessas terapias.
O estudo inscreveu pessoas cujos cânceres continuaram a crescer com outros tratamentos – e quase um quarto dos 174 participantes (23%) não observaram progressão de sua doença por um ano ou mais enquanto tomavam sotorasibe.
Os detalhes da pesquisa estão no site do Memorial denominado Eurakalert
Fonte: SNB