Gil Romero Machado Batista, de 41 anos, suspeito de ser o autor do assassinato de uma jovem de 18 anos que estava grávida, em Manaus, disse em depoimento à polícia que pagou R$ 500 para dupla dar um “corretivo” na vítima. A informação foi divulgada pela Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), nesta quarta-feira (9).
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A delegada da DEHS, Deborah Barreiros explicou durante a coletiva que Gil Romero disse durante depoimento que levou a vítima, identificada como Débora da Silva Alves, para uma usina onde ele trabalhava como vigilante, para conversarem sobre a gravidez da jovem.
“No local, ele a deixou sob os cuidados de José Nilson, que já está preso e de outra pessoa, que ainda não identificamos. Enquanto ele estava lá com a jovem, com a chegada de um inspetor na usina, ele precisou esconder a jovem junto com o José Nilson e essa terceira pessoa dentro de um galpão e saiu para fazer seu trabalho que era acompanhar esse inspetor”, contou a delegada.
Barreiros informou ainda que Gil Romero conta que foi ao galpão cerca de três horas depois, após terminar de acompanhar o inspetor e, no local, encontrou a jovem já sem vida. O suspeito diz ainda que a morte teria sido cometida por José Nilson e pelo homem ainda não identificado.
“Ele diz que se desesperou. Disse para que dessem um jeito na situação porque no dizer dele, a ordem que ele tinha dado para o José Nilson era para que eles dessem um ‘corretivo’ nessa jovem, para que ela parasse de dizer que estava grávida dele, porque ele era um homem casado. Disse ainda que pagou por esse ‘corretivo’ a quantia de R$ 500”, informou Barreiros sobre o depoimento de Gil Romero.
Questionado sobre o possível paradeiro da criança, o delegado disse que a polícia ainda não tem respostas concretas e as investigações devem seguir para que cheguem ao terceiro suspeito e mais informações sobre o bebê.
Atual esposa de suspeito é procurada
Ainda durante a coletiva, o delegado titular da DEHS, Ricardo Cunha, informou que um mandado de prisão foi expedido em nome da atual esposa de José Romero, identificada como Ana Júlia Azevedo Ribeiro.
Conforme o delegado, ela foi ouvida em depoimento durante as buscas pelo corpo da vítima, mas deu informações contraditórias sobre o caso. Após o corpo de Débora da Silva Alves ter sido encontrado, ela foi novamente procurada para depor e não foi encontrada pela polícia.
“Ela está em local incerto, razão a qual nós entendemos que ela precisa sim ser encarcerada, responder perguntas que devem ser questionadas e, por essa razão, teve a prisão decretada. Atualmente, ela é uma pessoa foragida. Pedimos ajuda da população com informações para que agente capture essa moça e consiga definir a participação nesse delito. No mínimo, ela foi conivente, sabe do delito e não quis colaborar com as investigações e ela tem que informar para gente o porquê desse sumiço”, afirmou o delegado.
Suspeito preso no Pará
Gil Romero Machado Batista, foi preso em Curuá, no oeste do Pará, suspeito de ser o autor de um crime bárbaro em Manaus, no Estado do Amazonas. Ele é apontado como o autor do assassinato da jovem de 18 anos que estava grávida.
De acordo com o Núcleo de Apoio a Investigações (NAI) do Baixo Amazonas, a Polícia já sabia que o suspeito poderia estar no Pará. Por volta das 22h ele foi localizado e preso por policiais civis do Pará e do Amazonas em Curuá.
O crime
A vítima foi identificada como Débora da Silva Alves, de 18 anos. Ela estava grávida de oito meses, e de acordo com a polícia, o suspeito do crime era o pai da criança.
De acordo com o delegado Ricardo Cunha, titular da unidade especializada, a vítima desapareceu no dia 29 de julho deste ano, quando saiu de sua residência para encontrar o suspeito que lhe entregaria o dinheiro para comprar o berço da criança.
O corpo da jovem foi encontrado na quinta-feira (3), por uma equipe da DEHS, em uma área de mata no Mauazinho, zona leste, de Manaus, após um dos envolvidos na ação criminosa indicar onde o cadáver estaria.
Dinâmica do crime
A delegada Deborah Barreiros explica que Gil Romero era proprietário de um bar e, também, trabalhava como vigilante em uma usina. No estabelecimento comercial, José Nilson trabalhava como gerente, motivo pelo qual teria proximidade com Gil Romero.
“Além disso, os dois atuavam furtando os fios da fábrica. No dia do crime, enquanto Gil Romero foi se encontrar com Débora, José Nilson foi para a usina subtrair os materiais. Pouco tempo depois, segundo José Nilton conta em depoimento, Gil Romero apareceu com o corpo da jovem, sem vida e com sinais de asfixia”, disse.
Ainda de acordo com a delegada, em depoimento, José Nilson contou que se sentiu coagido a ocultar o cadáver da vítima. Então, eles colocaram o corpo de Débora em um tonel e o queimaram, desovando-o posteriormente.
“No decorrer dos trabalhos investigativos, identificamos que José Nilson teria participação no ato criminoso. Ele foi localizado e preso na data de ontem, além de ter colaborado com as diligências e relatado onde estaria o cadáver da jovem”, explicou.