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SNCT Ribeirinha do Inpa socializa conhecimento com populações tradicionais de unidades de conservação

SNCT Ribeirinha do Inpa socializa conhecimento com populações tradicionais de unidades de conservação

SNCT Ribeirinha do Inpa socializa conhecimento com populações tradicionais de unidades de conservação
(Foto: Divulgação/INPA)

Socializar conhecimento e trocar saberes com as populações ribeirinhas do Amazonas. Esta é a proposta da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) Ribeirinha do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), que durante duas semanas (07 a 19) está aportando em nove comunidades das Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Puranga Conquista e RDS Uatumã, unidades de conservação localizadas no Rio Negro e no Rio Uatumã, no Estado do Amazonas.

Em sua segunda edição, a iniciativa faz parte do compromisso do Inpa de interiorizar o conhecimento produzido e apoiar as atividades de educação ambiental realizadas pelas escolas e órgãos gestores das reservas. Segundo a coordenadora de Extensão do Inpa, a pesquisadora Rita Mesquita, existe uma participação histórica do Instituto com atividades de pesquisa desenvolvidas por diferentes grupos de pesquisa dentro destas áreas. Neste ano, o Inpa completou 70 anos de criação com uma trajetória científica de referência em estudos de biologia tropical na Amazônia.

“A Coordenação de Extensão do Inpa está buscando aproximar a pesquisa das demandas das comunidades e devolver um pouco do conhecimento produzido para elas, que devem ser as beneficiárias principais de todo este esforço”, contou Mesquita. “Com a popularização da ciência, também buscamos despertar talentos e interesse nos jovens, entendendo que o conhecimento científico é essencial para uma boa gestão ambiental, e que são os moradores das áreas protegidas que devem assumir o protagonismo na geração deste conhecimento. É uma mini-iniciação científica para todos”, completou a coordenadora.

Com contato direto e material lúdico, as equipes do Inpa despertam a curiosidade, o desejo de aprender e trocam experiências sobre a Amazônia com os comunitários, a maioria ribeirinhos e indígenas. Pesquisadores, estudantes de pós-graduação (mestrado e doutorado) e colaboradores do Inpa levam um leque de atividades para todas as idades. Em cada RDS, a atuação da Ciência na Comunidade do Inpa é composta de uma equipe diferente.

Nesta semana (14 a 19 de novembro), as atividades educativas e de popularização da ciência são realizadas nas comunidades Caribi, Maracarana e Jacarequara, da RDS Uatumã, unidade de conservação onde está instalado o Observatório da Torre Alta da Amazônia (Atto). Com 325 metros de altura, a torre Atto é a maior torre de monitoramento climático das Américas e um dos projetos apresentados para os comunitários.

Mas há muito mais! E o uso de múltiplas linguagens é explorado em exposições, amostras, oficinas e jogos sobre insetos aquáticos, besouros e outros invertebrados, aves de região de Manaus, Projeto Gigas (pesquisas voltadas ao desenvolvimento das fases iniciais do pirarucu), Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), Programa Ciência na Escola (PCE/ Bosque da Ciência) e atividades de colorir para a criançada, ampliando o conhecimento sobre os animais e plantas da Amazônia.

“A vinda do pessoal do Inpa gerou uma expectativa muito grande na comunidade, e os alunos principalmente estavam muito ansiosos. Pra gente foi maravilhoso conhecer as pesquisas do Inpa e saber mais sobre o trabalho realizado aqui dentro da reserva”, disse o gestor da Fundação Amazônia Sustentável (FAS) no Uatumã, Robert Ramos, que mora na comunidade Francisco das Chagas do Caribi.

RDS Puranga Conquista

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Na semana de 07 a 12 de novembro, os pesquisadores estiveram nas comunidades da RDS Puranga Conquista: Nova Esperança, Nova Canaã, Três Unidos, Bela Vista do Jaraqui, Araras e Baixote. Foram realizadas exposições de amostras de animais da Amazônia, como tartarugas da Amazônia, jacarés, louva-a-deus -, vídeos, distribuição de panfletos e cartilhas que tratam sobre a biodiversidade amazônica, oficinas sobre impactos das mudanças climáticas, resiliência da floresta amazônica ao aumento de gás carbônico na atmosfera e jogo do ODS.

Também foram desenvolvidos jogos sobre várias espécies de cobras, mostra fotográfica de mamíferos terrestres composta por imagens capturadas com armadilhas fotográficas (câmeras traps) instaladas no Cuieiras, além de bate papo e troca de experiência com os comunitários.

Na oportunidade, publicações da Editora Inpa são deixadas com os comunitários das RDS, populações tradicionais que vivem em um sistema de exploração sustentável dos recursos naturais. Agora, a Coletânea “Vozes da Amazônia Brasileira”, produzida pelo Inpa, ganhará novos usos pelos alunos indígenas da Escola Indígena Municipal Puranga Pisasu, na comunidade Nova Esperança (RDS Puranga Conquista). A coletânea contém quatro CDs com o som de 340 espécies de aves amazônicas e sete primatas.

“No ano que vem, um dos projetos pedagógicos da nossa escola é fazer com que os alunos imitem o canto dos pássaros com instrumentos indígenas. Então, esse material [coletânea de CDs] para o desenvolvimento da aprendizagem dos alunos vai ser massa, e estamos gratos por receber uma obra riquíssima que vai ajudar no projeto”, disse o professor Joarlison Melo.

As ações na Na RDS Puranga Conquista foram desenvolvidas por grupos de pesquisa, laboratórios e colaboradores do Centro de Estudos de Quelônios da Amazônia (Cequa), Projeto Suaçuboia, Projeto MantisPrograma AmazonFACE, Projeto BioClimAmazonia (Laboratório LEEVI), Grupo de Pesquisa de Mamíferos Amazônicos (GPMA) e o Programa Ciência na Escola (PCE/ Bosque da Ciência).

Fonte: ASCOM/INPA

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