Lançados no Estado do Rio em 2011, equipamentos contribuem para diminuir o número de vítimas de deslizamentos. Governador de São Paulo anunciou decisão de implantar sistema semelhante
Não serão as sirenes que salvarão vidas.
O prefeito Felipe Augusto (PSDB), de São Sebastião, cidade mais castigada pelo aguaceiro despencado sobre o Litoral Norte do Estado de São Paulo entre sábado (19) e domingo (20), defende a tese acima no início dos socorros. Por ela, chegou a bater boca com jornalistas de uma rádio paulista que cobraram o equipamento e desligaram o microfone, enquanto o prefeito empilhava frases aos berros.
Em meio ao impacto, integrantes das brigadas de socorro adotaram, equivocadamente, a ideia de o som de sirenes, no caso do Litoral Norte, poderia deixar as pessoas nervosas, aumentando o problema
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Com o passar dos primeiros dias, após o governador paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos), revelar sua decisão de colocar sirenes em comunidades instaladas em pontos de risco em todo o estado, o tucano recuou. “Neste momento devemos adotar tudo o que puder ajudar”, contemporizou.
Formado em infraestrutura e conhecedor do sistema implantado na capital fluminense e em outros municípios do Estado do Rio de Janeiro, o carioca Tarcísio de Freitas estava mais perto da razão do que o prefeito. Sirenes, do outro lado da Via Dutra, estão muito longe de serem meramente sirenes. Representam a ponta final, mais visível e, por motivos óbvios, mais ouvida de um detalhado sistema de prevenção e ação de defesa civil.
Ele inclui etapas, treinamentos, orientações de ação para o momento de deixar os imóveis, definição de rotas de fuga, criação de pontos de apoio seguros, parceria com líderes comunitários, entre outras ferramentas. Um conjunto com início, meio e fim.
Os módulos de sirene começaram a ser implantados na cidade do Rio de Janeiro em 2011. Hoje, há 163 em 105 comunidades do município. Se forem incluídos os pontos instalados em outras cidades fluminenses, entre elas Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo, na Região Serrana, e Niterói e São Gonçalo, na Metropolitana, o total se aproxima de 250.
No caso do município do Rio, as sirenes são ligadas ao Centro de Operações da Defesa Civil. Emitem, basicamente, três alertas sonoros. O primeiro é disparado horas antes, a partir de previsões, nos locais em que há ameaça ou formação de chuva com média mínima de 50 litros de água por metro quadrado de chão – em pontos de São Sebastião e Bertioga chegou a desabar 680 litros.
( Por: Eduardo Marini )
Fonte: R7.COM