Aos 71 anos, Ritchie vai botar o pé na estrada a partir de agosto, naquela que ele considera sua segunda grande turnê da carreira de mais de quatro décadas. O cantor inglês, que escolheu morar no Brasil após um convite despretensioso de Rita Lee, segue sendo cultuado e se espanta com a longevidade de sucessos como o hit “Menina Veneno”, lançado em 1983.
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“Lembro quando os Beatles completaram 25 anos de Sgt. Pepper’s e fiquei maravilhado como uma obra pop podia durar tanto. Agora, estamos falando de quarenta anos de uma canção infinitamente inferior a qualquer composição dos Beatles. Fico feliz de estar com saúde para encarar o que considero minha segunda grande turnê. Depois do sucesso nos anos 80, enfrentei uma espécie de ostracismo”, disse o cantor à “Veja”.
Fazendo um balanço da carreira, Ritchie acredita que suas composições, sucessos nos 1980, serviram de inspiração para outros gêneros que iriam dominar as paradas anos depois: “As primeiras duplas sertanejas beberam da minha música, tenho certeza disso. Eu era um artista popular, não de rock. A MTV brasileira nunca me deu espaço, eu fazia programas populares, como o do Chacrinha”.
Um episódio curioso na trajetória de Ritchie foi quando ele gravou a música “Shy moon”, de autoria de Caetano Veloso, depois de se recusar a gravar “London, London”, também do compositor baiano e que viraria um dos maiores hits da banda fenômeno RPM.
“Caetano não queria gravar ‘Shy Moon’. Ele achava o inglês muito infantil. Mas, quando eu disse que queria gravar, ele mudou de ideia. Caetano gostou de saber que um britânico tinha aprovado. Coisa que não aconteceu com London, London. Recusei gravá-la porque ali tem uns erros de inglês que eu não ficaria confortável em cantar. Deram para o Paulo Ricardo, do RPM, e ela virou aquele enorme sucesso. Ele cantou o inglês errado com uma convicção que eu não teria”, contou.
Fonte: EXTRA FAMOSOS