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Qual é a intenção da Coreia do Norte ao fazer testes com mísseis?

Qual é a intenção da Coreia do Norte ao fazer testes com mísseis?

Qual é a intenção da Coreia do Norte ao fazer testes com mísseis?
( Foto: Reprodução )

Regime de Kim Jong-un lançou pelo menos 33 projéteis entre os dias 2 e 5 deste mês em meio a plano de modernização militar

Os numerosos lançamentos de mísseis balísticos realizados na Coreia do Norte neste ano geram apreensão internacional, principalmente pelo fato da ameaça de um novo teste nuclear.  O regime norte-coreano de Kim Jong-un disparou 33 mísseis de vários tipos só entre os dias 2 e 5 deste mês de novembro.

Na última quinta-feira (17), o país lançou um míssil balístico de curto alcance em uma resposta “feroz” às manobras militares realizadas na região pelos Estados Unidos e pela Coreia do Sul.A professora do curso de relações internacionais da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) Alana Camoça explica que, desde 2021, houve um plano da Coreia do Norte para a modernização militar e para o aumento de investimentos nesta área. Desta forma, o grande número recente de testes de mísseis balísticos se relaciona com esses objetivos.

Camoça relembra que, entre 2018 e 2020, houve uma reaproximação das duas Coreias e também o emblemático encontro entre Kim Jong Un e o então presidente americano Donald Trump.

“Entretanto, depois de 2020, houve um rompimento de qualquer relação mais amistosa entre a Coreia do Norte e esses países, então os teste de mísseis servem como indicativo para a sobrevivência do regime de Kim Jong-un e como um interesse da Coreia do Norte de ser considerada uma potência nuclear”, contina.Os lançamentos acabam criando um espaço para que o país talvez possa negociar novamente na arena internacional e pode possibilitar a queda de determinadas sanções.

A Coreia do Norte é vista como uma ameaça e como um ator imprevisível para os Estados Unidos e seus aliados. O país participou do TNP (tratado de não proliferação nuclear), mas saiu do acordo do início do século 21.

Isolado, o país declarou recentemente que e série de teste de mísseis balísticos é uma “medida de autodefesa” contra os EUA.

Para a professora da UFRJ, é importante que o governo americano repense a postura em relação à Coreia do Norte. “Não adianta agirem com o aumento de sanções, já que essa estratégia tem se mostrado ineficaz. É importante que repensem sua forma de agir, para que não tenhamos esses números absurdos de lançamentos de mísseis e novamente a possibilidade de um teste nuclear.”

“Seria importante agir com a Coreia do Norte por meio do diálogo e talvez até mesmo reconhecendo o país como uma potência nuclear.”

Os Estados Unidos e a Coreia do Sul alertaram várias vezes que a Coreia do Norte está prestes a fazer seu sétimo teste nuclear, o qual os dois especialistas acreditam que deve ocorrer.

“O teste traria novas sanções contra a Coreia do Norte e uma cooperação militar ainda maior entre EUA e a Coreia do Sul”, ressalta a professora.

Diante da ameaça, Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul alertam que um teste nuclear norte-coreano provocaria “uma resposta forte sem precedentes”.

Fonte: R7.COM

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