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PT quer afastamento de militar que disse que Lula não tomará posse

PT quer afastamento de militar que disse que Lula não tomará posse

PT quer afastamento de militar que disse que Lula não tomará posse
(Foto: Reprodução/Redes Sociais)

O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) afirmou nesta terça-feira (29) que vai pedir o afastamento do militar lotado no GSI (Gabinete de Segurança Institucional) que participou dos atos em frente ao QG do Exército e afirmou que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não tomará posse em janeiro.

“Temos aqui pelo menos dois problemas: incitação ao crime e crime contra as instituições eleitorais. Por isso, além do afastamento, vamos pedir também a investigação desse militar.”

O pedido foi feito ao STF (Supremo Tribunal Federal) na noite de terça em nome de Teixeira e dos deputados petistas Reginaldo Lopes, Henrique Fontana e Alencar Santana.

“A distopia que vivencia o representado e os apoiadores do atual presidente, que se negam ao reconhecimento da validade do processo eleitoral e de seu resultado, flerta com a defesa de regime autoritário na condução do país, semeia ódio e a violência, subjugando adversários como se inimigos fossem”, diz trecho da representação.

Além do afastamento do militar, os parlamentares pedem ao STF que ele tenha o porte ou posse de arma suspenso e as redes sociais bloqueadas.

Os petistas também entraram com requerimentos de convocação para o ministro do GSI, Augusto Heleno, prestar esclarecimentos sobre o caso em comissões da Câmara.

Flávio Dino (PSB), senador eleito e principal cotado para o Ministério da Justiça, afirmou que a conduta do militar é “flagrantemente ilegal”. “Não é possível o militar da ativa ter nenhum tipo de envolvimento político, ainda mais cometendo um crime contra o Estado democrático de Direito.”

“Até o dia 31 de dezembro deste ano nós temos um governo funcionando segundo os critérios deles, e nós respeitamos isso. Porém, é claro, do mesmo modo que a partir do dia 1ª de janeiro a conduta é uma só. A conduta que a equipe de transição sugere para este assunto e para outros assuntos similares é de despolitização, desideologização das instituições armadas do Estado”, completou Dino.

Como a Folha de S.Paulo mostrou, o primeiro-sargento da Marinha Ronaldo Ribeiro Travassos enviou áudios e vídeos em um grupo de mensagens incentivando a participação de militares e integrantes do GSI nas manifestações que pedem um golpe das Forças Armadas.

Nas mensagens, Travassos ainda faz ameaças e defende o assassinato de eleitores de Lula.

“Estevão, apagou por quê? É isso mesmo, tem um monte de colega omisso. Tem gente aqui nesse grupo, tem grupo de fora, meu prédio tem 17 moradores, dos 17, seis fazem o L. Nós precisamos saber quem é quem, porque a guerra civil vai rolar”, afirma.

Após a citação à suposta guerra civil, Travassos afirma que defenderia qualquer patriota, como os apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) se autointitulam, mas daria um tiro na cabeça do próprio irmão se ele fizesse o L -gesto característico dos eleitores de Lula.

“Não tô falando isso de brincadeirinha, não, é sério. Quem faz o L é terrorista. Tem que morrer mesmo, ou mudar ou morrer, porque não tem jeito uma pessoa dessa”, diz ele.

O GSI tem, por atribuição, cuidar da segurança do presidente da República. Hoje, a pasta é comandada pelo ministro Augusto Heleno, general da reserva e amigo pessoal de Bolsonaro.

A equipe de transição estuda se manterá a pasta com status de ministério ou se rebaixa o órgão e o deixa subordinado a outro ministro palaciano. O principal cotado para assumir a chefia do GSI é o general Gonçalves Dias.

Sobre a participação de Travassos nos atos antidemocráticos, a pasta disse, em nota, que não é sua competência “autorizar servidores para que participem de qualquer tipo de manifestação” e que “as supostas declarações demandadas são de responsabilidade do autor em atividade pessoal fora do expediente”.

A Marinha foi questionada pela reportagem se vai tomar alguma providência a respeito do primeiro-sargento, mas não respondeu.

Os vídeos e áudios de Travassos foram divulgados em um momento em que a equipe da transição vê com ressalvas a atuação do GSI.

Além de expulsar integrantes da pasta de Augusto Heleno na sede da transição, no CCBB de Brasília, a equipe de Lula quer reduzir as funções do ministério na segurança da posse, em 1º de janeiro.

Aliados de Lula chegaram a sugerir que a pasta sequer participasse da segurança da posse do presidente eleito, mas integrantes da PF (Polícia Federal) e Secretaria de Segurança Pública do DF tentam achar uma saída que seja menos drástica.

A avaliação é que o GSI e o Exército precisam participar da segurança da posse, mesmo que a coordenação seja dividida com a Polícia Federal, já que a pasta será responsável por acompanhar o presidente petista a partir de 1º de janeiro.

(Por César Feitoza – Folhapress)

Fonte: ESTADO DE MINAS

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