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Prevenção do câncer de próstata permanece como desafio do sistema de saúde, dizem especialistas

Prevenção do câncer de próstata permanece como desafio do sistema de saúde, dizem especialistas

Prevenção do câncer de próstata permanece como desafio do sistema de saúde, dizem especialistas
( Foto: Elaine Menke )

Atrair o homem para consultas na rede de atenção primária continua sendo um dos desafios do Sistema Único de Saúde (SUS), concluíram os participantes de uma audiência pública realizada nesta terça-feira (8) na Câmara dos Deputados.

Segundo o Ministério da Saúde, estão em curso medidas para atacar o problema. Houve a inclusão do pai ou parceiro afetivo no atendimento pré-natal da mulher – agora, na carteira da gestante, há espaço para o acompanhamento do homem. Estuda-se também a ampliação do horário de atendimento nas unidades básicas de saúde.

“A participação da mulher é importante nas estratégias para a saúde do homem”, disse Marcos Alves, representante do ministério na reunião. Segundo ele, o treinamento das equipes de saúde e a mudança no pré-natal já elevaram as consultas masculinas – que, na média, representam 25% do total, ante 75% das mulheres.

Novembro Azul
O debate desta manhã foi proposto pelos deputados Weliton Prado (Pros-MG), presidente da Comissão Especial do Combate ao Câncer no Brasil, e Silvia Cristina (PL-RO), relatora do colegiado. A iniciativa dos parlamentares marcou também o Novembro Azul, mês de conscientização sobre o câncer de próstata.

Segundo o Ministério da Saúde, o câncer de próstata, tipo mais comum entre os homens, é a causa da morte de 28,6% da população masculina que desenvolve neoplasias malignas. Conforme estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca), atualmente um brasileiro morre a cada 34 minutos devido à doença.

Essa campanha de prevenção foi lançada no Brasil em 2011 pelo Instituto Lado a Lado pela Vida, a partir de experiências no exterior. No debate de hoje, Denise Blaques, diretora da entidade, defendeu a disseminação de conhecimento. “A demanda é grande”, comentou, ao falar do serviço 0800 222 2224 mantido pelo instituto.

Diagnóstico precoce
O médico oncologista Igor Morbeck, que representou a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, destacou o diagnóstico precoce e o atendimento especializado, mas alertou para o risco de falsos positivos em exames. Segundo ele, há chance de cura em 90% dos casos de câncer de próstata detectados nas fases iniciais.

Já o chefe do Setor de Urologia do Inca, Franz Campos, observou que hoje 52% dos casos de câncer de próstata no Brasil são identificados nas fases mais graves. No Rio de Janeiro, o instituto conseguiu, em parceria com o SUS, zerar a fila de espera por diagnósticos. Ele sugeriu a criação de centros especializados similares.

Campos anunciou que o Inca desenvolve estudo genético sobre casos de câncer de próstata no Brasil, ao custo de R$ 6 milhões em três anos, pois é sabido que as causas variam conforme as populações. Morbeck relatou ainda que há marcadores genéticos que ligam a doença a casos de câncer de mama na mesma família.

A consultora da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) Lysiane Pereira disse que, no mundo, é baixa a participação dos homens nos sistemas de saúde. “Só o Brasil, em toda a América Latina, possui uma política nacional para a saúde do homem”, elogiou, ao recomendar ações que envolvam também as famílias.

Busca ativa
Durante a audiência, a deputada Flávia Morais (PDT-GO) defendeu uma estratégia de busca ativa para prevenção do câncer de próstata. Além de sugerir análise comparativa dos eventuais custos dessa busca ante o tratamento dos casos graves, ela lembrou que outras doenças, como o câncer colorretal, poderiam ser atacados.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Para a deputada Carmen Zanotto (Cidadania-SC), o SUS enfrenta dificuldades que afetam o atendimento – ainda que exista previsão legal, não há recursos para mamografias, lembrou. “Faltam especialistas, praticamente não há urologistas no SUS, e infelizmente ainda há um abismo entre as normas e a realidade”, afirmou. https://www.camara.leg.br/internet/agencia/infograficos-html5/tipos-cancer-mais-registrados-no-brasil/index.html

Fonte: Agência Câmara de Notícias

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