A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) intensificou, entre os meses de janeiro e setembro deste ano, o combate à violência sexual contra crianças e adolescentes. Conforme os dados da Divisão de Recebimento, Análise e Distribuição de Inquéritos (Drad), durante esse período, foram registradas 226 prisões de infratores por estupro de vulnerável, tanto na capital quanto no interior do estado.
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As prisões foram efetuadas por meio de cumprimento de mandados de prisão e em flagrante delito, sendo 122 na capital amazonense e 104 no interior. A Polícia Civil orienta e alerta a população sobre medidas preventivas e os principais sinais comportamentais que devem ser observados nas vítimas desses crimes.
Conforme a delegada Juliana Tuma, titular da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), o alerta e a proteção contra o abuso sexual de grupos vulneráveis são uma responsabilidade coletiva. Ela destaca que existem sinais que podem ser observados no comportamento de possíveis vítimas de exploração sexual.
“Entre os sintomas físicos e psicológicos comuns em vítimas de estupro de vulnerável ou favorecimento à exploração sexual, estão: isolamento social, mudanças bruscas de comportamento, condutas inadequadas para a idade, baixo rendimento escolar, agressividade, ansiedade, depressão, alterações no sono, lesões nas partes íntimas e, em alguns casos, automutilações”, informou a delegada.
Segundo a autoridade policial, tanto a escola quanto a família desempenham um papel fundamental na vida de crianças e adolescentes. É urgente que a família crie um ambiente seguro e aberto ao diálogo, permitindo que as vítimas se sintam à vontade para relatar qualquer tipo de abuso sexual que estejam enfrentando.
“A escola, por sua vez, tem um papel crucial no combate e na prevenção desses crimes. Ela deve promover um ambiente acolhedor, onde as vítimas possam se sentir confortáveis para revelar situações de abuso a professores, gestores ou funcionários”, afirmou Juliana Tuma.
Prevenção
De acordo com a delegada, o fortalecimento das redes de proteção, assim como campanhas de educação e sensibilização, são medidas essenciais para a prevenção de abusos. “Um fator indispensável para as famílias é o monitoramento on-line, uma vez que a internet e o acesso irrestrito a conteúdos digitais não são ambientes totalmente seguros para crianças e adolescentes”, explicou.
A titular destacou que todos são responsáveis e que a omissão diante desses crimes também pode resultar em punição. Portanto, quem tiver conhecimento de qualquer delito envolvendo crianças, adolescentes ou grupos em situação de vulnerabilidade tem o dever de informar às autoridades competentes.
Atuação
Tuma salientou que os esforços foram intensificados tanto na forma preventiva quanto na integração com redes e órgãos de apoio, visando reduzir esses crimes por meio do aumento do número de prisões e operações voltadas ao combate à violência sexual.
O delegado Paulo Mavignier, diretor do Departamento de Polícia do Interior (DPI), enfatizou que a Polícia Civil está empenhada em aumentar ainda mais o número de prisões por crimes dessa natureza. Ele destacou que a corporação tem atuado de forma efetiva com a chegada de novos delegados, delegadas, investigadores e escrivães no interior.
“As medidas adotadas visam fortalecer o corpo técnico e policial nas regiões interioranas, garantindo atendimentos de qualidade e investigações mais profundas sobre esses crimes. Implementamos salas de escuta especializada para oferecer suporte às vítimas e contamos com tecnologia avançada, incluindo equipamentos de informática, para subsidiar o Ministério Público do Amazonas (MP-AM) na coleta de denúncias e na obtenção de prisões dos infratores”, afirmou.
Conforme Mavignier, a integração do Departamento de Inteligência de Polícia Judiciária (DIPJ) com as delegacias do interior tem facilitado consultas a bancos de dados e tecnologias disponíveis, fortalecendo as investigações e garantindo a elaboração de inquéritos de qualidade. Essa colaboração tem gerado bons resultados no combate à exploração sexual.
“O trabalho da Polícia Civil vem trazendo respostas positivas para a população, fortalecendo a credibilidade da PC-AM e aumentando o número de denúncias realizadas. Isso resulta em um trabalho mais eficaz no combate à violência sexual infantil e adolescente no Amazonas. Esperamos aumentar ainda mais o número de prisões e coibir essa prática criminosa”, concluiu o delegado.
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Denúncias e registro de BO
A PC-AM ressalta que qualquer pessoa que tiver conhecimento de ocorrência de abuso sexual ou crimes dessa natureza deve denunciá-los pelos seguintes números: (92) 99962-2441, o disque denúncia da Depca; 181, da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM); ou 100, do Disque Direitos Humanos. Também é possível informar o Conselho Tutelar.
As denúncias podem ser realizadas em qualquer unidade policial, além da Depca, que está localizada na avenida Via Láctea, conjunto Morada do Sol, bairro Aleixo, zona centro-sul, e funciona 24 horas por dia.
Fonte: ASCOM/PC-AM
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