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PF indicia Bruno Henrique por suposta manipulação num jogo em Brasília

PF indicia Bruno Henrique por suposta manipulação num jogo em Brasília
(Foto: Adriano Fontes/CRF)

O suposto envolvimento em uma fraude na derrota do Flamengo para o Santos por 2 x 1, em Brasília, no Brasileirão de 2023, continua ameaçando carreira do atacante Bruno Henrique. Nesta terça-feira, a Polícia Federal indicou o atacante do Flamengo por ter forçado um cartão amarelo na partida disputada no Estádio Mané Garrincha para beneficiar apostadores.

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Além de Bruno Henrique, a PF indiciou Wander Nunes Pinto Júnior, irmão do atleta, Ludymilla Araújo Lima, esposa de Wander, e Poliana Ester Nunes Cardoso, prima do jogador. Segundo a apuração da polícia, os três realizaram as apostas.

As investigações apontam para um segundo grupo de envolvidos: amigos de Wander. São eles Claudinei Vitor Mosquete Bassan, Rafaela Cristina Elias Bassan, Henrique Mosquete do Nascimento, Andryl Sales Nascimento dos Reis, Max Evangelista Amorim e Douglas Ribeiro Pina Barcelos.

O portal GE teve acesso a parte do inquérito da Polícia Federal. Em uma troca de mensagens com o irmão, Wander, em 29 de agosto, por aplicativo de mensagem, Bruno Henrique é questionado dois meses antes da partida em Brasília quando receberia o terceiro cartão amarelo. O jogador do Flamengo responde: “Contra o Santos”

Todos foram enquadrados no artigo 200 da Lei Geral do Esporte. “fraudar, por qualquer meio, ou contribuir para que se fraude, de qualquer forma, o resultado de competição esportiva ou evento a ela associado”. A penas estabelecida é de de dois a seis anos de reclusão, e estelionato, que prevê pena de um a cinco anos de prisão.

No ano passado, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios e a Coordenação de Repressão à Corrupção da Polícia Federal deflagraram operaão e cumpriram 12 manados de busca e apreensão contra envolvidos em uma suposta manipulação de resultados na partida entre Flamengo e Santos, em 1º de novembro, na Arena BRB Mané Garrincha, pelo Campeonato Brasileiro.

Um dos suspeitos na Operação batizada de Sport-Fixing, expressão inglesa que se refere à manipulação de um aspecto específico de um jogo, não relacionado ao resultado final, sobre o qual existe um mercado de apostas, seria o atacante Bruno Henrique do Flamengo.

À época, as investigações apontam provas de que o atacante agiu deliberadamente durante a partida contra o clube paulista para ser punido pelo árbitro com um cartão. O ato teria beneficiado familiares cientes de que o jogador cometeria a infração na partida. O Santos derrotou o Flamengo de virada por 2 x 1 à época (assista ao vídeo do jogo neste post). Em 2021, Bruno Henrique esteve envolvido em outra polêmica. O caso dizia respeito a adulteração da carteira de motorista.

A suspeita de manipulação de resultados diz respeito aos acréscimos da partida em Brasília no segundo tempo. A súmula da partida assinada pelo árbitro gaúcho Rafael Klein justifica que Bruno Henrique levou o primeiro cartão amarelo por golpear um adversário de maneira temerária na disputa de bola. Soteldo recebe a bola aberto na esquerda e dribla entre as canetas de Bruno Henrique, que comete a falta. Na sequência, recebe o vermelho por ofender Klein, chamado pelo jogador rubro-negro de “m…”.

As apurações indicaram que Bruno Henrique provocaria ao menos um cartão na partida contra o Santos. Cientes disso, o irmão dele, uma cunhada e uma prima cadastraram-se em uma casa de aposta online e fizeram os palpites à espera da infração do jogador. No palpite deles, o atacante receberia uma cartão durante a partida contra o Santos, em Brasília. A aposta foi identificada nas contas de outros seis investigados.

O Gaeco do MPDFT foi acionado pela CBF com relatórios da empresa de integridade parceira da entidade, SportRadar, e pelas operadoras Betano, Galera Bet e KTO apontando um volume incomum de apostas em casas online para a partida entre Flamengo e Santos naquele 1º de novembro de 2023. Segundo o documento, no histórico de Bruno Henrique dos dois anos anteriores ao jogo, a perspectiva de punição dele era na casa de 20%, considerando frequência com a qual ele era punido.

Em ao menos duas casas de apostas, houve uma predileção em torno de 90% pelo palpite da punição do atleta, o que, para a investigação, indicava o conhecimento prévio dos apostadores quanto a ocorrência daquele evento. A CBF também alertava para a criação recente das contas dos apostadores. Algumas delas inauguradas na véspera da partida realizada no Mané Garrincha. Uma aposta teria vencido com o valor máximo.

Diante das informações, os investigadores identificaram os nomes dos titulares das contas e a 7ª Vara Criminal de Brasília fez apreensão de aparelhos celulares, computadores e outros itens pessoais dos alvos da operação batizada de Spot-Fixing.

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O que diz o Flamengo?

“O Flamengo não foi comunicado oficialmente por qualquer autoridade pública acerca dos fatos que vêm sendo noticiados pela imprensa sobre o atleta Bruno Henrique. O Clube tem compromisso com o cumprimento das regras de fair play desportivo, mas defende, por igual, a aplicação do princípio constitucional da presunção de inocência e o devido processo legal, com ênfase no contraditório e na ampla defesa, valores que sustentam o estado democrático de direito”, diz o clube em nota oficial.

 

(Por Marcos Paulo Lima)

Fonte: CORREIO BRAZILIENSE

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