A Polícia Civil indiciou por posse irregular de arma e omissão na cautela de guarda de arma o pai do aluno autor do ataque a tiros que matou uma adolescente dentro da Escola Estadual Sapopemba, na zona leste de São Paulo, na manhã de segunda (23).
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O homem, que é comerciante e tem 51 anos, foi ouvido e indiciado em um inquérito separado do que apura as circunstâncias do ataque.
Não houve pedido de prisão. Já o filho foi apreendido e encaminhado para uma unidade da Fundação Casa.
Segundo a polícia, o aluno passou o último fim de semana na casa do pai, em Santo André (Grande São Paulo). Lá ele pegou revólver calibre 38 usado no crime, que era guardado sob um colchão. O adolescente também localizou as munições, que estavam em outro local da casa. Segundo a polícia, o jovem teria vasculhado a casa até encontrar os objetos.
Os pais são separados. No domingo (22) ele retornou para a casa da mãe já armado. O revólver era registrado e estava regular, mas não havia sido recadastrado, segundo a polícia.
As motivações do ataque ainda são investigadas. Segundo o advogado Antonio Edio, que representava o atirador mas que deixou o caso na quarta-feira (25), o adolescente disse que cometeu o crime na tentativa de resolver o bullying e a homofobia que sofria e que pegou a arma escondido do pai.
A Escola Estadual Sapopemba tinha conhecimento de brigas em sala de aula envolvendo o autor do ataque.
A Folha de S.Paulo teve acesso ao depoimento de uma coordenadora que cita confusões envolvendo o aluno, matriculado na unidade no primeiro semestre deste ano. O relato contradiz informação da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) de que o atirador não era identificado pela direção da escola como um agressor em potencial.
Segundo a coordenadora pedagógica, duas alunas a procuraram na quinta-feira (19) para alertar que o adolescente havia destratado uma colega. Não há detalhes sobre o que ocorreu. Na ocasião, o autor do ataque também teria dito que daria um presente para uma das alunas que acabou sendo baleadas.
A coordenadora afirmou aos policiais que conversaria com o jovem na sexta-feira (20), mas ele não foi à escola naquele dia. A intenção então seria chamá-lo para conversar na segunda-feira, dia do ataque.
A briga na semana anterior não teria sido a primeira confusão da qual o adolescente participou. Segundo a coordenadora, houve um desentendimento entre ele e outra aluna no início do ano.
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Ainda de acordo com a coordenadora, após os tiros ela encontrou o adolescente com a arma na mão. Ela teria questionado o motivo da violência, tirado o revólver da mão dele e o abraçado. O atirador nada respondeu.
O adolescente teria permanecido na sala da diretora, que está de férias, até a chegada da Polícia Militar.
Fonte: CORREIO BRAZILIENSE