Rio – Um policial militar, uma mulher e três suspeitos morreram durante a operação conjunta no Complexo do Alemão, na Zona Norte, no início da manhã desta quinta-feira (21). A Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Nova Brasília, localizada na região, foi alvo de ataques de criminosos. Um outro PM, ainda não identificado, foi baleado no pé e outras duas pessoas também ficaram feridas.
O agente, identificado como Cabo Bruno de Paula Costa, de 38 anos, estava na corporação desde 2014. Ele deixa esposa e dois filhos. O policial estava trabalhando e ficou ferido quando a base da UPP foi atacada por criminosos em retaliação à operação no Alemão. Ele chegou a ser socorrido ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, mas não resistiu aos ferimentos.
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O segundo policial ferido, ainda não identificado, foi atingido por um tiro no pé. Ele também foi levado ao Getúlio Vargas e, segundo a Secretaria Estadual de Saúde, foi atendido e já recebeu alta. Três suspeitos, ainda não identificados, foram encontrados mortos. Outras três pessoas foram baleadas e levadas ao Getúlio Vargas por moradores da comunidade.
A Polícia Militar informou que suspeitos de integrarem o tráfico de drogas no complexo colocaram fogo em barricadas, jogaram óleo na via e atacaram policiais que atuam na operação para tentar impedir a entrada e circulação no local. Desde o início da manhã, o confronto entre policiais e criminosos é constante. Segundo as polícias Militar e Civil, agentes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) realizam a ação na região. Até o momento, houve apreensão de dois fuzis.
Segundo corporação, cerca de 400 policiais estão atuando na operação, também estão sendo usados quatro aeronaves e dez veículos blindados. A ação tem como objetivo coibir a presença de criminosos da região do Complexo do Alemão que vinham praticando roubos de veículos, principalmente nas áreas dos bairros do Méier, Irajá e Pavuna.
De acordo com moradores, os disparos no Alemão começaram no fim da madrugada. Alguns reclamam que, por conta do intenso tiroteio, não está sendo possível sair de casa para trabalhar. Ainda foi registrado a presença de helicópteros sobrevoando a região. Um vídeo mostrou um blindado pelas ruas do local. Uma caixa d’água acabou estourando depois de ser atingida por disparos.
Veja o vídeo:
Por conta do confronto atípico na região, unidades de saúde e escolares interromperam o funcionamento na manhã desta quinta-feira. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS-Rio), as Clínicas da Família Zilda Arns e Rodrigo Roig acionaram o protocolo de acesso mais seguro e, para segurança de profissionais e usuários, estão com funcionamento suspenso.
A Secretaria Municipal de Educação (SME) e a Secretaria do Estado de Educação (Seeduc-RJ) informaram que as unidades escolares municipais e estaduais do Rio de Janeiro estão em recesso em função das férias escolares, por isso, estão fechadas.
A Polícia Militar fechou temporariamente a Estrada do Itararé, uma das principais vias de acesso ao Complexo do Alemão. Foi proibida a circulação de qualquer veículo em um trecho conhecido como grota.
No local, mototaxistas se reuniram para fazer uma manifestação, mas foram dispersos pelos agentes. De acordo com a PM, as motos irregulares estariam compondo a manifestação para auxiliar na fuga dos líderes do tráfico de drogas da comunidade que ficaram cercados na operação.
Ainda segundo a corporação, o pedido de ajuda veio das próprias lideranças do Complexo, no momento em que as tropas foram informadas que duas figuras influentes do crime no Alemão estão feridas e/ou encurraladas.
Além disso, a Polícia Militar está realizando uma ação integrada com a operação no Complexo do Alemão, nas comunidades do Juramento e Juramentinho, nos bairros de Vicente de Carvalho e Tomas Coelho. Policiais do 41º BPM (Irajá), em conjunto com agentes do 9º BPM (Rocha Miranda), 14º BPM (Bangu), 31º BPM (Recreio), 27º BPM (Santa Cruz) e 40º BPM (Campo Grande) atuam nas regiões.
Fonte: O DIA