Morreu aos 73 anos neste domingo (13), por falência múltipla de órgãos, o publicitário Washington Olivetto. Ele se recuperava de complicações após uma cirurgia de pulmão e estava internado há cinco meses em um hospital no Rio de Janeiro.
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Criador de algumas das campanhas de maior sucesso do país, Olivetto iniciou a carreira em 1969, aos dezoito anos, como redator em uma agência de publicidade. Desde então conquistou diversos prêmios em festivais internacionais por suas criações. Ganhou, apenas na categoria filmes, mais de 50 Leões no Festival de Publicidade de Cannes, na França.
Considerado um dos 25 publicitários-chave do mundo pela revista britânica Media International, foi eleito duas vezes o publicitário do século pela Associação de Agências Latino-Americanas (Alap). Em 2009, entrou para o Hall da Fama do Festival Ibero-Americano de Publicidade (FIAP).
Em 2011, recebeu na Itália o título de Comandante da República Italiana. Paulistano do bairro da Lapa, descendente de imigrantes da Ligúria, é também Cidadão Honorário do Rio de Janeiro. Foi homenageado em 2013 pela escola de samba Gaviões da Fiel. Dois anos depois, entrou para o seleto Creative Hall of Fame do The One Club, em Nova York.
O ministro das Relações Institucionais do presidente Lula, Alexandre Padilha, também usou as redes sociais para manifestar pesar pela morte de Olivetto. “LUTO! Partiu o grande Washington Olivetto. Um dos maiores publicitários do Brasil responsável por grandes campanhas e inclusive a Democracia Corinthiana. Meus sentimentos aos amigos e familiares”, escreveu Padilha.
Sequestro em 2001
Em dezembro de 2001 Olivetto foi sequestrado e passou 53 dias em um cativeiro no bairro do Brooklin (zona sul de São Paulo), até ser libertado. Os dois sequestradores foram presos e cumpriam pena em um presídio especial para condenados estrangeiros em Itaí, no oeste de São Paulo. Willian Becerra é colombiano e Marcelo Ortega chileno.
Os sequestradores foram condenados a 30 anos de prisão. Tanto o colombiano como o chileno cumpriram um sexto da pena em regime fechado. Mas em 2009 ganharam direito a progressão de regime.
“Devo ser o único ser humano homenageado por um gênio da música como pessoa jurídica, CNPJ, e física, CPF”. A frase foi usada pelo publicitário Washington Olivetto para lembrar os episódios em que sua agência, a W/Brasil, e depois ele próprio, foram exaltados em letras de dois sucessos estelares do cantor e compositor Jorge Ben Jor: W/Brasil e Engenho de Dentro.
Em 2022, Olivetto contou em entrevista ao R7, o publicitário contou que, no início dos anos 1990, o Jorge Benjor fez o show de final de ano para os funcionários da agência que ele comandava, a W/Brasil. “O show tinha umas duas horas e meia de duração madrugada adentro, a galera animada, pedido bis sobre bis, quando o Jorge improvisou a frase ‘Alô, alô, W/Brasil’ para agradar o pessoal. Apenas isso. Após o show, por volta das três e meia da manhã, fomos jantar. O Plano Collor tinha sido lançado, grana de todos confiscada e tudo o mais. Virei para o Jorge e brinquei: ‘O Brasil está um país tão doido que, se fosse um prédio, o síndico seria o Tim Maia’”, contou o publicitário.
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“Jorge, que era muito amigo do Tim, respondeu: ‘O que você não sabe é que ele tentou mesmo ser síndico do condomínio onde morava no Rio. Vivia discutindo com o síndico por causa da posição de uma escada’ e tudo mais. Rimos de leve e o papo ficou por aí”, acrescentou. “Algum tempo depois, chegando no Rio, encontrei outro amigo querido, o produtor Pena Schmidt. Ele me diz: ‘Washington, o Jorge lançou ontem, numa apresentação no People [casa de shows carioca], uma música que é um escândalo. Sabe o nome? W/Brasil’”, concluiu.
Fonte: R7.COM
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