Uma pesquisa inédita que será desenvolvida na Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), órgão vinculado à Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), avaliará a estratégia de vigilância ativa (AV) em 50 pacientes com câncer de próstata. A vigilância ativa envolve o acompanhamento de pacientes por meio de exame de PSA (sangue), toque retal semestral e biópsia prostática anualmente.
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Trata-se de um projeto do Ministério da Saúde (MS), via Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), o qual visa impactar positivamente na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH). A coordenação nacional é do Hospital Moinhos de Vento (RS), que selecionou 20 centros de tratamento de câncer no país para participar da iniciativa.
Denominado “Avaliação de um protocolo assistencial de vigilância ativa para câncer de próstata no SUS”, o projeto começou na semana passada, terá a duração de um ano e contará com recursos financeiros de R$ 4.260.823,62. Na FCecon, terá a coordenação da pesquisadora da Diretoria de Ensino e Pesquisa (DEP), farmacêutica-bioquímica Valquíria Martins, e do médico urologista Giuseppe Figliuolo.
Pesquisa inédita
Conforme Martins, a avaliação da vigilância ativa em pacientes com diagnóstico de câncer de próstata de baixo risco jamais foi validada e avaliada na população brasileira, tão pouco na amazonense. Ela ressalta que as informações sobre a validade da estratégia ativa vêm de pesquisas internacionais.
Diminuição de gastos
A vigilância ativa é utilizada em países desenvolvidos em seus sistemas nacionais de saúde, pontua Martins, para a diminuição de gastos, filas para cirurgias e/ou radioterapia. Ela frisa que a estratégia de vigilância ativa também é usada para minimizar eventos adversos, por exemplo, disfunção erétil, incontinência urinária e sequelas intestinais em pacientes.
Classificação
De acordo com Martins, a vigilância ativa classifica os pacientes em diferentes grupos prognósticos – risco favorável, risco intermediário e risco desfavorável – e, assim, define se o paciente precisa ser encaminhado para a cirurgia. “A intenção é reduzir as mortes e sequelas de tratamentos radicais contra o câncer de próstata. Ao final, será elaborado um protocolo clínico nacional para a realização de vigilância ativa”, explica.
Tratamento
Dados demonstram, informa Giuseppe Figliuolo, que cerca de 30 a 40% dos pacientes com câncer de próstata localizado não precisam realizar de imediato cirurgia, radioterapia e/ou hormonioterapia, uma vez que não apresentam risco de progressão da doença. Segundo ele, durante o acompanhamento, caso apresente progressão da doença, o paciente será encaminhado para cirurgia e/ou radioterapia, sem perda das chances de cura.
“A pesquisa visa diminuir em 50% o número de prostatectomias – retirada total da próstata e de alguns tecidos à sua volta – e/ou radioterapia em pacientes com câncer de próstata de risco favorável, realizar análise de custo-efetividade em relação à cirurgia e radioterapia; qualidade de vida e capacitar urologistas, radioterapeutas e oncologistas dos centros participantes do estudo em todas as regiões do país”, afirma Figliuolo.
Fonte: ASCOM/FCECON-AM