A menina que nasceu nos escombros do terremoto está provocando uma rede de solidariedade no mundo. Cinco dias após a tragédia que atingiu a Turquia, a Síria e região, milhares de pessoas se ofereceram para adotar a criança.
A garotinha nasceu sob os escombros de um prédio que desabou no noroeste da Síria. Resgatada logo após os primeiros tremores de terra, a bebê Aya, nome que significa “milagre” em árabe, ainda estava ligada à mãe pelo cordão umbilical. A mãe conseguiu dar à luz, mas infelizmente, não sobreviveu.
O pai e todos os quatro irmãos da recém-nascida também morreram depois que o terremoto atingiu a cidade de Jindayris. A recém-nascida órfã está comovendo o mundo.
A história correu o mundo
Vídeos do resgate de Aya viralizaram nas redes sociais. Imagens mostraram um homem correndo dos escombros de um prédio, segurando um bebê coberto de poeira.
Khalil al-Suwadi, um parente distante que estava lá quando ela foi resgatada, levou a recém-nascida ao médico na cidade síria de Afrin.
“Ela chegou na segunda-feira [06/02] com inchaços, hematomas e frio, mal respirava”, diz Hani Marouf, o pediatra que cuidou de Aya que segue estável.
A adoção
O diretor do hospital, Khalid Attiah, disse que recebeu dezenas de ligações de pessoas do mundo todo querendo adotá-la. Porém, ele disse que não permitirá que ninguém a adote agora.
“Até que sua família distante retorne, estou tratando-a como se fosse minha [filha]”, disse.
O diretor do hospital tem uma filha apenas quatro meses mais velha que Aya. Por enquanto, a mulher dele está amamentando a bebê resgatada ao lado de sua própria filha.
Resgaste
Nesta sexta-feira (10), quatro dias depois do terremoto, uma mulher foi resgatada, após ficar mais de 100 horas presa entre os escombros.
“A equipe de resgate trabalhou mais de 50 horas para abrir caminho entre os escombros e alcançar a mulher”, informou a ONG alemã I.S.A.R (sigla para Busca e Resgate Internacional, em tradução livre) no Twitter.
A mulher de 40 anos está em condição “estável” e foi atendida pela equipe médica. Os socorristas conseguiram ar água e um suco de frutas à mulher através de um tubo.
“O resgate foi muito complicado”, disse o porta-voz da organização, Stefan Heine. “Um trabalho milimétrico com martelos para quebrar pedras”, descreveu.
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“A mulher ficou deitada de bruços por muito tempo, próximo de seus familiares mortos”. “Esta operação também foi única para nós”, acrescentou o porta-voz da ONG especializada no atendimento de vítimas de catástrofes naturais. “Nunca antes um contato tão prolongado foi mantido com uma pessoa soterrada.”
Adolescente resgatada
Um intenso trabalho também dos voluntários localizou Melda Adtas, uma adolescente de 16 anos que ficou mais de 80 horas presa sob uma parede que desabou sobre um poço.
Foram necessárias cinco horas de trabalho para conseguir realizar o socorro. No prédio em que Melda morava, também foram resgatados outros três moradores.
“Que Deus os abençoe! Que Deus abençoe a todos!”, exclamava o pai da adolescente após o resgate da filha.
O número de mortos em decorrência do terremoto de 7,8 magnitude que atingiu a região, no último dia 6, superou 22 mil pessoas. A quantidade de vítimas aumenta diariamente. De acordo com as autoridades, os tremores de terra foram os mais intensos dos últimos 80 anos.
( Por Renata Giraldi )
Fonte: SNB