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Mesmo com alta de 35% em um ano, GNV ainda compensa mais que gasolina 

Mesmo com alta de 35% em um ano, GNV ainda compensa mais que gasolina 
( Foto: Reprodução )

Apesar de ser mais econômico, gás veicular tem custo-benefício baixo, sendo indicado para quem percorre longas distâncias

O preço do gás veicular disparou 34,97% nos últimos 12 meses, enquanto o valor da gasolina teve alta um pouco menor (26,93%), segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Mesmo com o aumento, o GNV continua mais econômico. Mas o custo-benefício da instalação varia e a troca compensa mais para quem percorre grandes quilometragens.

De acordo com Guilherme Santana, gerente de vendas de GNV da Comgás, 2,5 milhões de motoristas usam o gás veciular. “A economia oferecida ao usuário no custo por quilômetro rodado pode superar 50% em relação ao etanol e à gasolina. Nos últimos 15 anos, o GNV é 40% a 60% mais econômico que a gasolina ou o etanol em quase todos os estados do Brasil. O automóvel percorre, em média, 7 km por litro com etanol, 10 km por litro com gasolina e 14 km por metro cúbico com GNV. Com isso, apesar do aumento, o gás natural veicular continua hoje sendo vantajoso, uma vez que gera uma economia média de 40%”, afirma Santana.

O rendimento dos combustíveis depende do tipo de veículo, mas, na média, “o rendimento do GNV é 35% a 40% maior que o da gasolina, podendo chegar a 100% com relação ao etanol”, completa Santana.

A economia do gás veicular em comparação com a gasolina é de cerca de R$ 0,20 por quilômetro. O preço médio do GNV é de R$ 5,10 por metro cúbico, já o da gasolina é de R$ 6,07 por litro, conforme dados da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) da semana entre 10 e 16 de julho.

O professor de engenharia mecânica Renato Lobo exemplifica: “Dentro da cidade, um carro faz 8 km por litro de gasolina a um custo de mais ou menos R$ 0,89 por quilômetro rodado. Com GNV, ele gasta R$ 0,69. Se um carro rodar 3.000 km por mês, a economia será de R$ 600. Além de ser mais econômico, [o gás] é menos poluente para o meio ambiente e deixa o veículo menos barulhento”. 

Para Santana, há mais benefícios da transição para gás natural veicular. “O motorista tem maior autonomia, já que aumenta a quantidade de combustível armazenada. Vale destacar também que o GNV não pode ser adulterado, algo que pode acontecer com os combustíveis líquidos”, acrescenta o gerente da Comgás.

Mas, por causa de algumas desvantagens e do investimento inicial, o engenheiro mecânico salienta que a instalação do GNV é mais recomendada a quem roda uma quilometragem muito grande por mês e acaba tendo um gasto bem elevado com combustível.  

A instalação do gás veicular exige um investimento inicial de R$ 4.000 a R$ 5.000. “O problema é que não é todo mundo hoje que tem esse dinheiro disponível. Esse valor é recuperado geralmente em cerca de oito meses a nove meses, levando em conta que o motorista roda em média 3.000 km por mês”, afirma Renato Lobo. 

Santana lembra que devem entrar nos cálculos do motorista gastos com documentação e a manutenção periódica do veículo.

Desvantagens do GNV

Apesar de o valor desembolsado ser menor ao longo do tempo, Lobo diz que o custo-benefício do GNV é baixo para a maioria das pessoas. “O GNV tem desvantagens, como ocupar espaço no veículo. Se você utiliza o porta-malas para viajar, por exemplo, não é uma boa ideia. Até dá para colocar do lado de fora do carro, mas eu não aconselho, porque é muito arriscado. Se passar por um buraco grande, a possibilidade de o cilindro furar é grande. Também não é em todo lugar do Brasil que a pessoa vai encontrar o GNV”, analisa.

Outra desvantagem é a burocracia que envolve a transição para o GNV. “A partir do momento que o gás veicular é instalado no carro, ele precisa ser legalizado. Tem que passar por uma inspeção do Detran. Por legislação, uma vez ao ano é obrigatório fazer uma vistoria e apresentar para o Detran para licenciar o veículo”, ressalta o engenheiro. 

A manutenção do carro também fica mais complicada. Segundo Renato Lobo, “além de precisar ser regulado frequentemente, o que toma um certo tempo, o gás ressseca toda a injeção do veículo e, depois de um período, ele acaba perdendo potência. Se colocar o GNV no carro 1.0, após um tempo ele terá dificuldade para subir uma ladeira. Sem contar ainda que, se comprar um flex e colocar o GNV, a pessoa vai perder a garantia do fabricante”. 

Fonte: R7.COM

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