Amazônia Sem Fronteira

Saúde

Médicas amazonenses criam aplicativo de saúde voltado para adolescentes

Médicas amazonenses criam aplicativo de saúde voltado para adolescentes

Como foco na saúde, prevenção de doenças e até gravidez precoce, aplicativo ‘Conta aí, Mana’ foi desenvolvido pelas médicas Sigrid Cardoso e Patrícia Brito

Durante a II Jornada de Ginecologia e Obstetrícia da Adolescência da Amazônia Ocidental e I Jornada Amazonense de Ginecologia e Obstetrícia da Adolescência, ocorrida nos dias 27 e 28 de maio, as médicas amazonenses Sigrid Cardoso e Patrícia Brito lançaram o aplicativo “Conta aí, Mana”, ferramenta que tem como principal objetivo auxiliar jovens e adolescentes a evitar doenças e gestações precoces

Segundo o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), das 7,3 milhões de meninas e jovens grávidas no mundo, 2 milhões tem menos de 14 anos. As taxas de morbimortalidade são de 70 mil mortes de adolescentes por problemas na gravidez ou no parto. O Brasil gastou, em 2014, mais de 4 bilhões de reais com gestações não planejadas. No Amazonas, a situação não é diferente, como relata a ginecologista, obstetra e presidente da Associação Amazonense de Ginecologia e Obstetrícia (ASSAGO).

“Em 2019, o estado registrou 16.746 gestações de meninas com idades de 10 a 19 anos. O estado gastou mais de R$ 62 milhões com os atendimentos direcionados para estas gestações não planejadas”, diz ela.

De acordo com a ginecologista Patrícia Brito, a ferramenta digital foi elaborada com base nas principais dúvidas expressas pelas adolescentes durante as consultas.

“Temos como propósito estender os cuidados com as adolescentes para além de nossos consultórios como forma de levar orientação, de levar suporte para esta adolescente durante a puberdade, que costuma ser uma fase difícil da vida”, explicou a.

O aplicativo conta com ícones que oferecem informações importantes, assim como personaliza os dados, oferecendo acompanhamento em diversas áreas e sinalizando quando houver mudanças ou ações necessárias a serem adotadas pela usuária. “Ele é bastante interativo. Basta fazer o download e começar a usar. Quando você escolhe um tema, por exemplo, ‘hidratação diária’, na sequência, aparecem a função do líquido no organismo e quantos litros de água se deve consumir ao dia”, detalhou a médica Sigrid Cardoso.

Saúde monitorada

De acordo com as profissionais, os temas abordados no aplicativo são tratados de forma leve, mas com informações precisas e atualizadas. No ícone ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis), são descritos as características das doenças e agentes infecciosos como HPV, sífilis e gonorréia.

Quando a usuária entra no campo relacionado ao ciclo menstrual, após digitar as datas da menstruação, o aplicativo mostra o período fértil, a fase ovulatória e, automaticamente, sinaliza a data aproximada da próxima menstruação. “Ao ter conhecimento dessas informações pode evitar gravidez não planejada, a usuária pode adotar o método natural de contraceptivo”, salientou Sigrid Cardoso.

O aplicativo conta ainda com um ícone que controla o calendário vacinal. A usuária adiciona as datas das vacinas anteriores, e o ‘Conta aí, Mana’ calcula quando ela deverá tomar a dose seguinte, além de emitir alertas para avisar sobre a data da imunização toda a vez que a jovem entrar no aplicativo.
Também é possível calcular o IMC (Índice de Massa Corporal). A usuária coloca o peso, a altura e, imediatamente, o dispositivo calcula o índice que revela a quantidade de gordura no corpo. A partir do cruzamento de dados, o app indica se o peso está normal, se existe sobrepeso ou se a pessoa está obesa.

O desenvolvimento puberal (relativo à puberdade) pode ser acompanhado de forma visual. “Muitas adolescentes têm dúvidas se o corpo está evoluindo dentro da normalidade. Por isso, o aplicativo mostra com imagens as etapas. Assim, a usuária saberá se a sua evolução está dentro da normalidade, conforme sua idade. Se identificar anomalias, deverá procurar um médico para atendimento”, recomendou a médica Patrícia Brito.

Se tiver dúvidas sobre onde localizar profissionais que se identificam com o atendimento para adolescentes, a usuária digita a cidade onde está e o sistema mostra os médicos da região com endereço e contato telefônico.

Spotify

Para estimular o acesso, o aplicativo também conta com link para o Spotify (streaming de música e podcasts). A usuária tem a possibilidade de montar uma playlist e salvar a seleção musical. Ou seja, a usuária pode navegar enquanto ouve suas músicas favoritas.

A ferramenta é colorida e conta com uma personagem interativa, a Fê, que explica tudo com linguagem leve e de fácil entendimento. A Fê é uma homenagem às filhas das médicas. Sigrid Cardoso é mãe da estudante de Medicina, Maria Fernanda e a Patrícia Brito, mãe da adolescente também de nome Fernanda.

Fonte: ASSESSORIA

Mais Notícias