O Governo Federal vai decretar calamidade pública na Terra Indígena Yanomami, em Roraima. Junto com a medida, o Ministério da Saúde prevê instituir crise sanitária e humanitária na situação dos indígenas, sobretudo das crianças. Os anúncios devem ser feitos no sábado (21), quando a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegará na região.
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Pelo menos 570 crianças do povo Yanomami foram mortas pela contaminação de mercúrio, desnutrição, fome e falta de acesso a medicamentos provenientes do Sistema Único de Saúde (SUS), segundo o Ministério da Saúde. De acordo com a pasta, além dos impactos diretos e indiretos das atividades de garimpo ilegal, o descaso do governo de Jair Bolsonaro (PL) levou às mortes que são consideradas “evitáveis”.
A decisão do decreto foi tomado em uma reunião, nesta sexta-feira (20), com ministros de Estado e os comandantes das Forças Armadas. No encontro, o grupo definiu as ações que serão tomadas durante a viagem emergencial de Lula até Roraima.
A reunião foi coordenada pela secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior, e serviu para definir como o governo federal tornará o “estado presente” no local e enviará a ajuda humanitária, segundo informações obtidas pelo Correio.
Toda a ação será coordenada pela ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, em conjunto com a Fundação Nacional do Povos Indígenas (Funai), presidida por Joenia Wapichana, e a Secretaria Especial de Saúde Indigena (SESAI), que também é comandada pelo indígena Weibe Tapeba. Além de Guajajara, estiveram presentes na reunião os representantes dos ministérios e órgãos que apoiarão a ação, os comandantes das três Forças, o ministro da Defesa, José Múcio, o do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, e da ministra da Gestão, Esther Dweck.
A presença dos representantes das Forças Armadas no encontro teve como objetivo definir o apoio logístico que caberá aos militares desde a chegada do presidente na cidade e o possível deslocamento da comitiva até a terra Yanomami — visita que ainda não foi confirmada. Além disso, os militares auxiliarão na montagem de um hospital de campanha para atender aos indígenas.
Fonte: CORREIO BRAZILINSE