O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu desculpas aos policias neste domingo (1), após uma fala dele de que Bolsonaro gosta mais desses profissionais do que de gente gerar reação contrária ao petista nas redes sociais. Esse trecho de um discurso feito por Lula no sábado (30) tem sido compartilhado por aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL), incluindo deputados federais ligados ao setor de segurança pública. Por causa disso, Lula pediu desculpas e afirmou que confundiu as palavras na fala.
“Ontem eu fui na Zona Norte, na Brasilândia, fazer um ato com as mulheres para discutir o custo de vida. E quando eu estava fazendo o discurso, eu queria dizer que o Bolsonaro só gosta de milícia, ele não gosta de gente, e eu falei que ele só gosta de polícia, não gosta de gente. E eu quero aproveitar e pedir desculpas aos policias desse país, porque muitas vezes (eles) cometem erros, mas muitas vezes salvam muita gente do povo trabalhador, e nós temos que tratá-los como trabalhadores nesse país”, disse Lula.
O ex-presidente aproveitou para dizer que o pedido de desculpas não é comum no Brasil. Assim, mais uma vez afirmou que espera que os responsáveis por acusações contra ele anuladas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) se manifestem. “Nesse país não é habitual as pessoas pedirem desculpas. Eu, por exemplo, estou esperando há anos que as pessoas que me acusaram o tempo inteiro peçam desculpas”, afirmou.
Em seu discurso na praça Charles Muller, em frente ao Pacaembu, Lula disse que não poderia falar de eleição, em razão das regras eleitorais. Enquanto sindicalistas pediam voto nele em outubro, ele ficou longe do palco. Ainda assim, voltou a falar sobre a possibilidade de assumir o governo.
“Quero dizer pra vocês que vocês se preparem. Vocês se preparem, porque é muito fácil vocês ficarem na rua xingando o presidente. Eu ainda não sou candidato. Só dia 7 eu vou ser pré-candidato. Mas se preparem, porque alguém melhor que esse presidente vai ganharas eleições e aí, ao invés de vocês ficarem xingando o presidente na rua, vocês vão ser convidados pra sentarem numa mesa de negociação, pra gente restabelecer as condições de trabalho e o respeito ao direito dos trabalhadores”, disse.
Lula ainda voltou a disparar contra Bolsonaro, acusando-o de apoio a membros de milícias, “alguns, inclusive, quem sabe com responsabilidade pela morte da (vereadora) Marielle (Franco)”, disse o petista.
O presidente prometeu que, se eleito, vai criar um Comitê de Cultura, que atuará paralelamente ao Ministério da Cultura, para ouvir artistas sobre as políticas para o setor. E disse que quem for eleitor vai “pegar um país destruído”.
(Foto: Nelson Almeida, AFP)
Fonte: O TEMPO