O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta quarta-feira (9), que o atual Presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), tem de reconhecer a derrota e se preparar para a próxima eleição. Durante entrevista coletiva em Brasília (DF), onde cumpriu compromissos hoje, o petista afirmou que Bolsonaro precisa fazer uma “reflexão”.
“Cabe, a um presidente, reconhecer sua derrota. Cabe a ele fazer uma reflexão e se preparar para, daqui uns anos, concorrer outra vez. Assim é o jogo democrático. Não tem outro jeito de ser democrático. É respeitar a decisão da maioria do povo brasileiro”, afirmou.
Lula relembrou as derrotas para Fernando Collor (então no PRN) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB) nos pleitos presidenciais de 1989, 1994 e 1998. Ele descartou a possibilidade de Bolsonaro utilizar o relatório do Ministério da Defesa a respeito do processo eleitoral como mecanismo para insuflar os apoiadores que fazem protestos de teor antidemocrático e pedem intervenção das Forças Armadas.
“Ninguém vai acreditar no discurso golpista de alguém que perdeu a eleição. Perdi três eleições e, cada vez que perdia, ia para casa lamentar. Ficava triste. Nunca entrei em depressão, porque corinthiano não entra em depressão, mas ia lamentar, ficar quieto durante um tempo e pensar onde errei”, falou.
Transição tem aval de aliados de Bolsonaro
Desde o fim da eleição, Bolsonaro não reconheceu veementemente a vitória de Lula. Apesar disso, parte de seu governo, como os ministros Fábio Faria (Comunicações) e Ciro Nogueira (Casa Civil), trabalham na transição que vai passar o bastão ao futuro governo Lula.
O primeiro pronunciamento do presidente após o revés eleitoral foi na terça-feira passada (1), quase dois dias após a Justiça Eleitoral proclamar o triunfo de Lula. Bolsonaro não falou em derrota.
“Enquanto presidente da República e cidadão, continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição. É uma honra ser o líder de milhões de brasileiros que, como eu, defendem a liberdade econômica, a liberdade religiosa, a liberdade de opinião, a honestidade e as cores verde e amarela da nossa bandeira”, pontuou.
Fonte: ESTADO DE MINAS