O Instituto Nacional de Pesquisas na Amazônia (Inpa/MCTI) promoverá nesta quarta e quinta-feira (30 e 31 de agosto) o XI Workshop de Tecnologia Social com o tema “Tecnologia Social e conhecimento tradicional na Amazônia”. Palestras, lançamento de vídeos e cartilhas serão online e apenas uma atividade da programação será presencial: a oficina sobre técnicas para instalações fotovoltaicas e o sistema de purificação de água do Inpa.
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A conferência de abertura será com a coordenadora de Articulação de Políticas Educacionais da Secretaria de Articulação e Promoção de Direitos Indígenas, do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), a primeira indígena professora da Universidade de Brasília (UnB), a amazonense Altaci Corrêa Rubim, indígena da etnia Kokama.
O workshop será realizado de forma virtual e transmitido pelo canal do Inpa no YouTube (@InpadaAmazônia). Apenas a oficina “Técnica sobre instalações fotovoltaicas e o sistema de purificação de água do Inpa” será realizada em formato presencial, na sala multiuso da Casa da Ciência do Bosque da Ciência, e ministrada pelo técnico da instituição Ray Rodrigues. O Bosque fica anexo à sede do Inpa, localizado na rua Bem-te-vi, s/nº, bairro Petrópolis, zona Sul de Manaus
“Teremos, no evento, experiências e pessoas que conhecem e estão em campo para falar sobre tópicos relevantes, a fim de fazermos essa articulação entre saberes tradicionais e tecnologias sociais na Amazônia. Vamos pensar sobre políticas públicas e fazer uma avaliação de cenário sobre como anda a questão dos direitos dos povos indígenas”, explica a coordenadora de Tecnologia Social do Inpa, Denise Gutierrez.
As tecnologias sociais são iniciativas que incluem novos produtos, equipamentos, processos, procedimentos, técnicas, metodologias e serviços, além de inovações sociais, organizacionais e de gestão. Elas usam os saberes tradicionais de comunidades em situação de vulnerabilidade social para combater as desigualdades e proporcionar qualidade de vida e desenvolvimento social para essas populações. As tecnologias sociais são de uso aberto (sem patente); baixo custo; simplicidade, que permite reaplicação; construída em processo de interação da ciência com o grupo beneficiado em algum momento; destinada a resolver um problema concreto e relevante para os beneficiados.
Fortalecimento da cultura
Uma experiência bem-sucedida é a Cozinha Boca da Mata, criada pela indígena Mura, Renata Elcy Farias Geraldo, conhecida como Renatinha peixe-boi. Boca da Mata é uma “cozinha afetiva, social e não tradicional” que usa os conhecimentos e a culinária dos povos originários amazônicos para combater a insegurança alimentar no Parque das Tribos, primeiro bairro indígena de Manaus, promovendo transformação social e qualidade de vida, atendendo com refeições cerca de 350 pessoas por semana.
Renata peixe-boi, palestrante do XI Workshop de Tecnologia Social do Inpa com o tema “Cozinha Boca da Mata – Fortalecimento da cultura indígena e segurança alimentar”, destaca a relevância de ter os conhecimentos originários como tema do workshop. “Essa presença é muito importante, especialmente em se tratando de tecnologias sociais. Elas são importantes para resolver problemas da sociedade e apoiar a busca de direitos da população em diferentes contextos”, completa Renata.
Gutierrez destaca que as populações tradicionais amazônicas sempre foram produtoras de tecnologias sociais ao desenvolver métodos, conhecimentos e utensílios que garantiram que eles vivessem em meio a floresta por centenas de anos de forma sustentável. Pesquisa do Inpa com participação de outras instituições, publicada no final de 2021, mostra que 84% das plantas arbóreas da Amazônia são úteis para os seres humanos, com utilização na produção de alimentos, remédios, fibras, abrigo, lenha, construção, venenos, tinturas, roupas e outros. Isso é resultado da relação dos povos indígenas com as plantas amazônicas ao longo de mais de 15 mil anos de vivência na região, segundo o estudo.
“É importante atentarmos para o grande potencial que teve e continua tendo esse saber tradicional. Nós sabemos hoje em dia que os povos tradicionais da Amazônia, indígenas, ribeirinhos, enfim, os que aqui passaram (e ainda vivem), produziram instrumentos e muito conhecimento útil para a convivência sustentável com a floresta. Então, é importante a gente dedicar um tempo de discussão, de construção de uma visão mais crítica, reflexiva, buscando formas transformadoras de lidar com a realidade”, ressalta Gutierrez.
Oficina presencial
A Oficina Técnica sobre instalações fotovoltaicas e o sistema de purificação de água do Inpa (Ecolágua) será realizada de forma presencial na quinta-feira (31), das 14h às 16h, na sala multiuso da Casa da Ciência, no Bosque da Ciência. Os interessados em participar devem chegar com antecedência. As vagas são limitadas a 30 pessoas, por ordem de chegada.
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De acordo com o ministrante, o técnico do Inpa Ray Rodrigues, o objetivo é instigar o interesse e o estudo da energia renovável e abordar a otimização do desempenho de painéis fotovoltaicos. Além da técnica, será oferecida uma visitação à unidade demonstrativa do purificador de água, batizado comercialmente de Ecolágua, e instalada no Bosque.
São necessários alguns itens (opcionais) para melhor aproveitamento, bússola (aplicativo para fazer download), inclinômetro para medição de ângulo (transferidor), e caderno e caneta para anotações e/ou dispositivos digitais (celular, notebook, tablet etc.).
SERVIÇO:
Programação do evento
Inscrição no Workshop de Tecnologia Social
Link de transmissão no YouTube – 30 de agosto – Dia 1 do evento
Link de transmissão no YouTube – 31 de agosto – Dia 2 do evento
(Por Camila Barbosa – Ascom Inpa Banner: Débora Vale)
Fonte: ASCOM/INPA/MCTI)