Amazônia Sem Fronteira

Economia

Indústria deve fechar ano com crescimento de 10,4%, prevê o presidente da FIEAM, Antonio Silva

Indústria deve fechar ano com crescimento de 10,4%, prevê o presidente da FIEAM, Antonio Silva
(Foto: Assessoria)

O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM), Antonio Silva, anunciou hoje (21) que o setor industrial no País fechará o ano com crescimento do 1,8%, enquanto que no Amazonas a alta será de 10,42%, quando calculado em reais, alcançando um valor projetado de R$ 179,83 bilhões. Em relação ao Brasil, significará uma pequena recuperação em relação a 2021, dado o ritmo lento de crescimento durante o corrente ano, conforme os dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

De acordo com o presidente da FIEAM, um dos fatores que prejudicaram fortemente o desempenho da economia, uma vez que tem influência direta nos custos de produção e nos transportes, foi o aumento de preço dos combustíveis, principalmente no primeiro semestre, quando ocorreram três reajustes no valor do litro da gasolina e quatro no de diesel.

Antonio Silva aponta que, no segundo semestre, o preço dos combustíveis apresentou uma redução que se refletiu na inflação, registrando queda de 0,68% em julho, 0,36% em agosto e uma deflação de 0,2% em setembro. No entanto, essa baixa não perdurou em razão do aumento de outros itens, que influenciam no aumento de preços como, por exemplo, dos alimentos e, a partir de outubro, a inflação voltou a registrar uma elevação de 0,59% e em novembro 0,41%.

O dirigente empresarial também cita que a guerra entre Rússia e Ucrânia afetou a oferta de insumos e produtos no mundo todo, elevando os preços e influenciando fortemente a inflação brasileira. Esse fato e as instabilidades ocorridas nas economias dos Estados Unidos e da China levaram o Banco Central brasileiro a aumentar a taxa de juros básica para tentar controlar a inflação. Em agosto a Selic atingiu 13,75%, fazendo com que o crédito ficasse mais caro para reduzir o consumo na tentativa de forçar os preços a cair.

Antonio Silva lembra que, para tentar aumentar o poder aquisitivo, o governo liberou a retirada de até R$ 1 mil de contas ativas e inativas do FGTS, o Banco Central criou um sistema de consulta de resgate de valores esquecidos em bancos e outras instituições financeiras, o Auxílio Brasil em agosto passou a pagar aos cadastrados R$ 600 até dezembro, os taxistas e caminhoneiros receberam voucher de R$ 1 mil. Com isso a inflação deu uma acalmada, mas mesmo assim ultrapassou o teto do intervalo da meta de inflação em 2022, chegando o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) a variar 5,8%.

“Foi um desempenho ruim da economia em 2022, ano eleitoral, com retração de investimentos e muitas incertezas, além de tensões sociais e uma política fiscal contracionista, ou seja, retirou recursos de circulação e o fôlego da atividade produtiva”, avalia Antonio Silva.

Comportamento da indústria local

Já em relação a indústria do Amazonas, Antonio Silva ressalva que em pese os obstáculos enfrentados durante este ano de 2022, quando os ataques aos principais segmentos produtivos do PIM se fizeram mais fortes, atingindo principalmente os setores de eletroeletrônicos, duas rodas, informática e concentrados de refrigerantes, conseguimos alcançar resultados bastante satisfatórios, que demonstram o comportamento positivo e a resiliência da indústria local.

O dirigente cita que a FIEAM prevê um faturamento este ano da indústria local que ultrapassa 2021 em 10,42%, quando calculado em reais, alcançando um valor projetado de R$ 179,837 bilhões. Quando o cálculo é feito em dólar a previsão é de US$ 34,716 bilhões, maior que o ano passado em 15,06%.

Com relação à mão de obra, devemos fechar o corrente ano com um crescimento de aproximadamente 3,32% em relação à média do ano anterior, atingindo número superior a 112.961 empregos.

Conforme estimativa, os subsetores representativos da indústria amazonense deverão atingir em 2022 os seguintes faturamentos em comparação a 2021:

ü Eletroeletrônico: faturamento em real de R$ 33,83 bilhões, crescimento de 0,77%; em dólar US$ 6,54 bilhões, com alta de 5,14%.

ü Duas Rodas: faturamento em real de R$ 27,05 bilhões, crescimento de 34,85%; em dólar US$ 5,26 bilhões, com alta de 41,02%.

ü Bens de Informática: faturamento em real de R$ 51,56 bilhões, crescimento de 13,87%; em dólar US$ 10,05 bilhões, com alta de 19,93%.

ü Químico: faturamento em real de R$ 15,71 bilhões, crescimento de 18,48%; em dólar US$ 3,05 bilhões, com alta de 23,98%.

ü Mecânico: faturamento em real de R$ 10,12 bilhões, redução de (-) 26,13%; em dólar US$ 1,95 bilhões, queda de (-) 22,92%.

ü Termoplástico: faturamento em real de R$ 15,63 bilhões, crescimento de 9,99%; em dólar US$ 3,04 bilhões, com alta de 15,15%.

ü Metalúrgico: faturamento em real de R$ 13,79 bilhões, crescimento de 2,99%; em dólar US$ 2,68 bilhões, com alta de 7,63%.

ü Relojoeiro: faturamento em real de R$ 1,29 bilhão, crescimento de 13,16%; em dólar US$ 251,35 milhões, com alta de 19,43%.

Seis subsetores da indústria amazonense se destacam no ano de 2022, pela ordem: Bens de informática, Eletroeletrônico, Duas Rodas, Químico, Termoplástico e Metalúrgico. Pelas nossas estimativas, o subsetor de maior faturamento este ano será o de Bens de Informática e o de maior percentual de crescimento será o de Duas Rodas. O único subsetor a apresentar redução no seu faturamento será o Mecânico.

As exportações no corrente ano deverão crescer 38,34% atingindo US$ 626,06 milhões, enquanto as importações totalizarão cerca de US$ 13,223 bilhões, com crescimento de 5,84%.

Projeções para 2023

Antonio Silva destaca que economia não é uma ciência exata, portanto fica muito difícil uma previsão confiável, contudo mostra alguns sinais preocupantes. Um deles é a expectativa de uma possível recessão global. O conflito entre Rússia e Ucrânia não tem data para terminar e a inflação ainda consome a renda de pessoas em vários países.

O dirigente cita que esses fatos terão graves efeitos no Brasil, no Amazonas e em especial no nosso modelo de desenvolvimento, a Zona Franca de Manaus. “O ano de 2023 será desafiador pelos grandes problemas macroeconômicos que enfrentaremos, a projeção que se faz é de baixo crescimento do PIB, cogitado em 1,2%”, assinala, para acrescentar que a taxa de juros está sendo projetada em 11,75% ao ano para combater o processo inflacionário, que se estima acima de 5% durante todo o ano. Embora alguns economistas estimem que a inflação possa cair para 4,2%, à medida que os efeitos dos preços mais altos da energia e dos alimentos diminuírem.

“Na verdade, não se tem um consenso sobre as previsões, tudo é projeção. Não obstante, deveremos estar vigilantes para as modificações que poderão vir com a Reforma Tributária, afetar negativamente a Zona Franca de Manaus e tirar-nos as vantagens fiscais constitucionais a que temos direito”, observa Antonio Silva.

Silva destaca que a FIEAM continuará atenta e combaterá com todas as suas forças a insegurança jurídica, que advém dos frequentes ataques ao modelo Zona Franca de Manaus, bem como não vai medir esforços na luta pela melhoria da logística e da infraestrutura de produção do Estado do Amazonas.

“Ressalto a união de todas as forças atuantes na defesa dos interesses do estado do Amazonas, como a Suframa, Governo do Estado, Prefeitura Municipal de Manaus, os nossos representantes legislativos nas bancadas federal, estadual e municipal, bem como o apoio das demais coirmãs do setor produtivo, empresários e trabalhadores. Sem a participação efetiva e coesa dessas forças, não lograremos êxito em várias questões de suma importância para a economia do Amazonas e para melhoria de vida de toda a população”, disse o presidente da FIEAM.

Fonte: ASCOM/FIEAM

Mais Notícias