A perda involuntária de urina pela uretra é um problema de saúde pública muito comum, mas pouco falado por quem sofre por vergonha. Homens e mulheres podem ser acometidos pela incontinência urinária, no entanto, o público feminino é o mais atingido. De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), 45% das mulheres e 15% dos homens acima de 40 anos têm escapes de xixi.
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De acordo com o urologista Flávio Antunes, a maioria das mulheres não relata aos seus médicos os sintomas de incontinência urinária, por acharem que é um problema normal ou por se sentirem envergonhadas.
“A incontinência urinária pode repercutir na higiene, afetar a qualidade de vida e trazer impacto social, levando a mulher ao constrangimento, diminuição de interações sociais, atividades físicas e até mesmo ao isolamento. Muitos que têm essa condição têm medo de fazer suas atividades diárias normais para evitar expor o seu problema. Eles não podem ficar muito longe de um banheiro e evitam aglomerações de pessoas. Portanto, a incontinência urinária impede que as pessoas aproveitem a vida. Muitas, por vergonha, acabam não relatando que têm escape de xixi e isso pode prejudicar a saúde delas. Quanto maior a idade, maior é a prevalência de incontinência e maior a severidade dos sintomas”, alerta o especialista.
O estudo Saúde Bem-Estar e Envelhecimento apontou uma prevalência de incontinência urinária em pessoas mais velhas: 22,2% são de pessoas entre 60 a 74 anos e de 38,6% com mais de 75 anos. Mulheres obesas têm três vezes mais chances de sofrer com o problema.
“O médico precisa avaliar ainda o tipo de parto que essa mulher teve, se há tabagismo, histórico familiar ou ainda se está ligado à etnia. Mulheres brancas têm maior predisposição à incontinência urinária. Nas mulheres, o mais comum é ter incontinência urinária a partir dos 45 anos ou 50 anos. Nos homens, quanto mais idosos e com mais problemas de próstata, maior a incidência”.
Segundo, Flávio Antunes há três tipos de incontinência urinária, são eles:
Incontinência urinária de esforço: é a perda involuntária de urina ao realizar esforço físico como tossir, espirrar, carregar peso, pular, dar risada ou algumas vezes até andar ou levantar. Geralmente ocorre por um defeito no funcionamento da uretra, seja no músculo do fechamento da uretra seja nos músculos que sustentam a uretra na pelve (chamados músculos do assoalho pélvico).
Bexiga Hiperativa/Urge-incontinencia: caracterizada pela vontade urgente de urinar, pode ou não estar associada a perda urinária (incontinência urinária por urgência) na ausência de infecção urinária. Ocorre pela contração involuntária do músculo da bexiga (detrusor) fora do período da micção.
Incontinência urinária por transbordamento: quando a bexiga perde a capacidade de “avisar” a mulher ou o homem quando está cheia e perde a capacidade de contrair adequadamente. Assim a bexiga enche até transbordar. Geralmente a perda urinária nestes casos se dá por gotejamento. Ocorre em mulheres ou homens com diabetes descompensada, AVC ou trauma de médula por exemplo e homens na fase avançada de hiperplasia prostática benigna.
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Segundo Flávio Antunes, a incontinência urinária pode ser controlada e tratada. O tratamento, que inicia após o médico identificar qual o tipo de incontinência, pode ser realizado por meio de fisioterapia do assoalho pélvico, medicação, por aplicação de botox na bexiga, implante de um marcapasso nesse órgão ou através de uma cirurgia que coloca uma tela para sustentar a uretra.
“Tanto mulheres como homens, que estejam sendo afetados pelo distúrbio da incontinência urinária, devem procurar um urologista, que é o médico especialista no trato urinário”, destacou Antunes.
Fonte: ASSESSORIA