Problema ocorre em 3% a 5% das crianças em diversas regiões do mundo e diagnóstico deve ser feito por um especialista
Esta quarta-feira (13) é o Dia Mundial do TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade), um transtorno neurobiológico de causas genéticas que aparece na infância e acompanha o indivíduo por toda a vida. A data foi criada para conscientizar sobre o problema, que atinge ao menos 2 milhões de pessoas no Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
Segundo a ABDA (Associação Brasileira do Déficit de Atenção), os sintomas característicos do transtorno são desatenção, inquietude e impulsividade. Ele ocorre em 3% a 5% das crianças, em diversas regiões do mundo em que foi pesquisado. Em mais da metade dos casos, o transtorno acompanha o indivíduo na vida adulta, embora os sintomas de inquietude sejam mais brandos.
A neuropsicopedagoga Keila Cricralla explica que há três graus de TDAH:
– Leve: poucos sintomas estão presentes, além daqueles necessários para fazer o diagnóstico. Eles causam pequenos prejuízos no funcionamento social, acadêmico ou profissional.
– Moderado: sintomas ou prejuízo funcional entre leve e grave.
– Grave: vários sintomas graves, que podem resultar em prejuízo acentuado no funcionamento social ou profissional.
Em geral, as crianças com TDAH apresentam dificuldades na escola, seja por problemas de relacionamento com colegas ou professores, seja pela falta de foco. Muitas “não param quietas”. Ainda, conforme informações da ABDA, os meninos tendem a ter mais sintomas de hiperatividade e impulsividade que as meninas, mas todos são desatentos. Crianças e adolescentes com déficit de atenção podem apresentar mais problemas de comportamento, como, por exemplo, a recusa em aceitar regras e limites.
O diagnóstico é feito por meio de exames neuropsicológicos que analisam mais a fundo a vida da pessoa para verificar quantas características ela tem de hiperatividade e, assim, confirmar a doença. Normalmente esses exames são feitos por neuropsicólogos, mas é comum o envolvimento de outros profissionais, como fonoaudiólogos e psicopedagogos.
Para o tratamento, além da terapia e do acompanhamento com especialistas, dependendo do caso, há indicação de remédios para diminuir os principais sintomas, como a impulsividade e a desatenção.
Vida escolar
O TDAH é um dos responsáveis pela evasão escolar. Keila Cricralla explica que, como o aluno não consegue focar os estudos, também não memoriza sequências, não se atém a detalhes, costuma ser desorganizado e repetir os mesmos erros. Desse modo, ainda que tenha aprendido o conteúdo recentemente, dificilmente vai se lembrar dele por completo.
Qualquer barulho ou acontecimento ao redor de um estudante com TDAH é capaz de desviar a sua atenção, o que pode piorar quando a aula é dada de forma monótona. Assim, um dos maiores desafios das escolas é proporcionar as condições adequadas para que ele tenha a mesma oportunidade de desenvolvimento oferecida aos demais alunos.
A escola deve acolher um aluno com TDAH. Sentar a criança ou o adolescente na primeira carteira é uma forma de o professor observar o estudante e chamar sua atenção caso perca o foco. Falar de maneira pausada, com clareza e de forma objetiva é uma boa estratégia. Muitas vezes o aluno não realiza uma tarefa porque não entendeu o que foi pedido.
Atividades com materiais audiovisuais, computadores, vídeos, DVDs, revistas, jornais aumentam consideravelmente o interesse do aluno nas aulas e, portanto, melhoram a atenção.
Fonte: R7.COM