Equipe de Lula tem reuniões com partidos da base do presidente Jair Bolsonaro para buscar mais apoio à proposta
O presidente da República eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), volta a Brasília nesta semana e tem como principal desafio consolidar apoio para a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do estouro, que sugere deixar de fora do teto de gastos os recursos necessários para bancar o Auxílio Brasil, que voltará a ser chamado Bolsa Família, e uma série de medidas nas áreas de saúde, educação e investimentos sociais.
Além disso, Lula também quer avançar nas decisões de ocupação de cargos nos Ministérios e em empresas estatais, como a Petrobras. Membros do governo de transição fugiram do assunto nas últimas semanas e frisaram que apenas o presidente eleito vai bater o martelo sobre os nomes.
Apoio à PEC
O grande foco nos próximos dias do grupo de transição de Lula e de articuladores do petista no Congresso Nacional é fazer com que partidos que hoje estão na base do presidente Jair Bolsonaro (PL) passem a dar respaldo à PEC do estouro. Até quarta-feira (23), a equipe de Lula quer apresentar o texto final da PEC. Nestes dois dias, o grupo terá reuniões com integrantes de partidos como PP e Republicanos para tentar convencer os parlamentares a aderir à matéria.
O PT argumenta que, como a proposta da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2023 entregue pelo governo do presidente Bolsonaro ao Congresso destina R$ 105 bilhões para pagar R$ 405 por família beneficiária do Auxílio Brasil, e não R$ 600, Bolsonaro também teria de buscar uma saída com o parlamento para manter o valor que é pago atualmente caso fosse reeleito.
A gente tem que ter a clareza de que o auxílio para tirar as pessoas da pobreza foi aprovado por 100% do eleitorado brasileiro, tanto por quem votou e elegeu Lula quanto por quem votou emBolsonaro, porque ele propôs a mesma coisa. Então, eu sei que o Congresso Nacional vai ter muita sensibilidade para nos ajudar a resolver isso”, disse a presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR).
Lula se comprometeu, além de manter o valor de R$ 600, a pagar um adicional de R$ 150 para cada criança de até 6 anos das famílias que recebem o benefício. O Auxílio Brasil como foi prometido por ele deve ter um custo de R$ 175 bilhões. Para conseguir arcar com a promessa, a PEC elaborada pelo governo eleito sugere que o benefício social fique permanentemente fora do teto de gastos.
A avaliação do momento no Congresso é que não há quórum para aprovar a proposta da forma como ela está. Segundo interlocutores ligados ao senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que deve relatar a PEC, pelo menos 40 senadores não estão dispostos a aprovar um texto da maneira que a equipe de transição propõe. Sem o apoio da maioria absoluta, o que exige 49 votos favoráveis do total de 81 senadores, a PEC empaca no Senado.
Fonte: R7.COM