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Forças de segurança do DF sabiam dos atos extremistas, diz ex-subsecretária em depoimento à CPI

Empresas receberam pagamento em espécie para transportar extremistas dos atos de 8 de janeiro
( Foto: Reprodução )

Marília Ferreira Alencar disse nesta quinta-feira à comissão que o trabalho de inteligência feito em 8 de janeiro foi bem executado

A ex-subsecretária de Inteligência da pasta de Segurança Pública do Distrito Federal Marília Ferreira Alencar disse nesta quinta-feira (9) que as forças de segurança da capital foram informadas sobre a vinda de cerca de 5 mil manifestantes para Brasília às vésperas das manifestações de 8 de janeiro. 

A afirmação foi dada em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa do DF para investigar os atos de vandalismo que culminaram na invasão às sedes dos Três Poderes.

As informações sobre a chegada dos manifestantes vinham da inteligência da Secretaria de Segurança, da inteligência da Polícia Militar e também de órgãos federais, como a Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Marília, que é delegada da Polícia Federal e ligada a Torres, afirmou que o trabalho de inteligência feito às vésperas e no próprio dia 8 de janeiro foi bem executado. Ela também defendeu a inteligência da Polícia Militar.

Segundo ela, as autoridades recebiam informações sobre os ânimos no acampamento inclusive no dia da invasão. Por outro lado, disse não poder opinar sobre a atuação e o efetivo usado pela PM no dia dos atos de vandalismo.

A subsecretaria coordenada por Marília Ferreira analisava as informações recebidas e as repassava em um grupo de Whatsapp que envolvia autoridades do Executivo local incluindo representantes da Polícia Militar, o então secretário de Segurança, Anderson Torres, e o então secretário executivo da pasta, Fernando de Sousa Oliveira.

Trabalho de inteligência

Ela afirmou também que, quando entrou na secretaria, em 4 de janeiro, havia um movimento de desocupação no acampamento em frente ao Quartel General do Exército. Em seguida, segundo ela, começaram a chegar informações das redes sociais e de grupos de aplicativos de mensagem sobre a convocação de manifestantes, depois confirmados pela Agência Nacional de transportes Terrestres (ANTT), que informou da vinda de 43 ônibus para a capital.

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De acordo com a ex-subsecretária, as informações repassadas sobre a vinda de manifestantes e o planejamento de um ato na Esplanada também foram tratadas na reunião com o secretário executivo de Segurança em que ficou definido o Protocolo de Ações Integradas (PAI). Questionada sobre o não cumprimento do protocolo, porém, a depoente disse não saber o motivo.

Divergências na CPI

Relator da CPI, o deputado Hermeto (MDB) afirmou que não é possível atribuir somente à Polícia Militar as falhas de segurança de 8 de janeiro e que houve erro também da inteligência. Já o presidente da comissão, Chico Vigilante (PT), destacou que a inteligência informou as autoridades e que, por isso, teria funcionado.

Em depoimento à Polícia Federal, a ex-subsecretária já havia dito que forças de segurança locais e federais foram avisadas com antecedência do aumento no número de

manifestantes acampados em frente ao Quartel General do Exército em Brasília.

( Por:  Luiz Calcagno )

Fonte: R7.COM

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