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Estupros crescem no interior de São Paulo, e quase 77% das vítimas são crianças ou vulneráveis

Segundo Sou da Paz, foram 3.066 ocorrências no estado no 1º trimestre do ano, sendo 1.864 casos apenas em cidades do interior 

Os casos de estupro caíram 1,5% em todo o estado de São Paulo no primeiro trimestre do ano na comparação com o mesmo período de 2021, segundo dados do Instituto Sou da Paz divulgados na segunda-feira (13). Em três meses, foram 3.066 casos contra 3.113 no ano passado. No entanto, este tipo de ocorrência teve aumento de 3,6% no interior paulista.

No primeiro trimestre de 2021, foram 1.800 registros no interior. Agora foram 1.864. Já na capital, os estupros tiveram queda de 11,1% em relação ao mesmo período do ano anterior, passando de 647 para 575.

Os estupros de vulneráveis, que são menores de 14 anos, pessoas alcoolizadas, idosas, com deficiência ou cujas condições de saúde as impedem de discernir o ato violento, representam 76,7% dos registros no primeiro trimestre. Nesse público, os casos cresceram 4,7% no interior, enquanto na capital recuaram 7,7% em relação ao mesmo período de 2021. Foram 2.352 ocorrências neste ano, sendo 1.442 no interior.

“É fundamental o registro, mas este tipo de crime não depende só da polícia. É preciso ter outras frentes de atuação para evitar que o crime seja continuado. Até porque demora para que a vítima perceba o crime e chegue a denunciar. Por ser tão vulnerável, precisa, primeiro, reconhecer que foi crime”, afirma Cristina Neme, coordenadora de projetos do Instituto Sou da Paz.

No primeiro trimestre, cinco unidades do Deinter (Departamento de Polícia Judiciária do Interior) registraram aumento nas taxas de estupro em comparação com o mesmo período de 2021. A alta mais intensa foi na região de São José do Rio Preto, que tem uma taxa de 11,3% a cada 100 mil habitantes. 

Em relação aos casos de estupro de vulneráveis, novamente São José do Rio Preto registrou a pior taxa (9,2% a cada 100 mil habitantes), seguido por Presidente Prudente (7,9%) e Araçatuba (6,8%).

Segundo a advogada especialista em questões de gênero, Marina Ruzzi, os registros não são em tempo real. “Apesar da facilidade do boletim de ocorrência online, estando na presença dos agressores, isso dificulta a denúncia. No caso dos vulneráveis, não são eles que fazem a denúncia, são pais e mães, e as vítimas precisam, primeiro, verbalizar a situação e identificar o abuso”, conta.

Fonte; R7,COM

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