Amazônia Sem Fronteira

Mundo

‘Estou perdendo a esperança’, diz israelense com os três filhos e a esposa sequestrados pelo Hamas

'Estou perdendo a esperança', diz israelense com os três filhos e a esposa sequestrados pelo Hamas

O israelense Avichai Brodutch, de 42 anos, está perdendo a esperança de reencontrar sua família — a esposa, Hagar Brodutch, de 40 anos, e os três filhos do casal: Ofri, Yuval e Oria, de 10, 8 e 4 anos, respectivamente. No último dia 7 de outubro, os quatro foram levados por terroristas do Hamas de dentro da própria casa, em Kfar Aza, kibutz perto da fronteira com a Faixa de Gaza. Avichai não estava presente no momento em que a residência foi invadida. Para ele, falar sobre o assunto é algo dolorido.

+ Leia mais notícias no portal Amazônia Sem Fronteira

“Eu gostaria de não falar sobre isso”, respondeu Avichai quando questionado pelo R7 sobre onde ele estava em 7 de outubro. “Mas eu saí de casa para tentar ajudar e acabei me perdendo no kibutz. Quando voltei, eles não estavam mais lá. A princípio, achei que estavam mortos.”

No dia seguinte ao ataque, a esperança de Avichai foi imediatamente recuperada, quando testemunhas relataram ter visto a família Brodutch sair de casa acompanhada de homens armados. Uma menina identificada como Abigail, de 3 anos, que havia sido abrigada pela família após ter se perdido da mãe, também foi levada.

O israelense respirou aliviado, pois ali teve a certeza de que a esposa e os filhos estavam vivos, embora estivessem sob a custódia de terroristas. Quase 40 dias depois, porém, a situação é outra, e o sentimento de alívio se transformou no mais profundo desânimo.

“Meus filhos são crianças pequenas, e já se passou tempo demais. Sabe-se lá as condições em que eles estão vivendo. Me pergunto onde estão, se estão bem de saúde, se estão se alimentando, se conseguem enxergar a luz do dia. Eu espero que eles estejam bem, mas o que posso fazer?”, lamenta.

Nas últimas cinco semanas, Avichai conta que tem se encontrado com várias autoridades governamentais e conversado com a imprensa local e estrangeira, em uma tentativa de trazer sua família de volta para casa. Ele também participou de um protesto em Tel Aviv com o ministro da Defesa, Yoav Galant.

Apesar dos esforços, o israelense acredita que suas ações não têm surtido efeito. Até o momento, apenas quatro reféns, dos cerca de 240, foram libertadas: as americanas Judith e Natalie Raanan, que são mãe e filha, e as israelenses Yocheved Lifschitz, de 85 anos, e Nourit Kuper, de 79.

“Eu acho que deveria haver uma única missão para o Estado de Israel, que é libertar os reféns, começando pelas crianças e mulheres com filhos. Isso deveria ser óbvio, mas aparentemente não é. Afinal, já se passaram quase 40 dias”, afirma.

Desalento

Avichai vem se apegando aos amigos — aqueles que restaram — e aos familiares mais distantes para contornar o desalento. Ele conta que muitas pessoas próximas a ele foram mortas no ataque de 7 de outubro e que há “muito luto” no kibutz onde vive. Os membros da comunidade tentam resgatar forças para se ajudarem mutuamente.

“Nós tentamos ficar juntos. Minha comunidade sabe pelo que estou passando e eu sei pelo que eles estão passando. Isso nos ajuda a nos mantermos unidos e também me ajuda a lidar com toda essa tragédia”, diz.

“Outra coisa que me conforta é saber que minha esposa está com eles. Ela é o tipo de gente que faz tudo por todo mundo. As pessoas do kibutz contam com a Hagar para várias coisas. Sei que ela está ajudando meus filhos a passar por isso”, acrescenta.

Avichai faz um apelo à comunidade internacional e às autoridades israelenses para que tragam sua família de volta para casa e libertem todos os reféns. Ele pede aos líderes que tomem as decisões certas — que para ele são “óbvias”, mas, por algum motivo, ainda não foram acatadas. Segundo o israelense, não há justificativa para tamanha demora em resgatar os sequestrados.

• Siga o AmSemFronteira no Facebook acessando aqui
• Siga o AmSemFronteira no Instagram acessando aqui

“Por favor, me ajudem a trazer minha família de volta. Ajudem os líderes a tomarem as decisões certas. Essas decisões óbvias. Às vezes, as pessoas precisam ser lembradas do óbvio”, ressalta.

Fonte: R7.COM

Mais Notícias