Thayná Cristyne Araújo Marques, 21 anos, é estilista e diagnosticada com autismo. Apaixonada por moda desde muito pequena, viu nessa arte um meio de dar voz aos autistas e sobre o tema capacitismo – discriminação e o preconceito social contra pessoas com algum tipo de deficiência.
Por isso, no evento de moda 2º Desafio Sou de Algodão Casa de Criadores, realizado em São Paulo, a jovem estilista brasiliense apresentou uma coleção de roupas sobre capacitismo e o espectro do autismo.
“A mensagem que deixo para o público é que nem a moda nem a sociedade vão se livrar de nós”, disse ela. O evento foi promovido pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa).
A coleção
“Respeite pessoas autistas” e “Não sou um alvo fácil” estamparam peças coloridas como parte da coleção de sua marca, a Tulipa Designer. As roupas falam muito sobre a própria criadora.
Thayná quer mostrar a pessoa autista em lugar ativo e fugir do estereótipo do “anjo azul”, termo usado para se referir a quem tem TEA — criticado por dar a impressão que o autista é inocente, infantil e por invisibilizar uma parte deles, porque o “azul” reforça a prevalência em meninos.
Um dos requisitos do Desafio era que o algodão precisava compor, ao menos, 85% dos looks. Thay surpreendeu e fez a coleção inteira com a fibra natural: “Sou encantada pelo algodão. É elegante, confortável e versátil”, descreve.
Moda
Thay lembra que desde muito pequena, já fazia roupas para suas bonecas. Mais tarde, inspirada por filmes adolescentes, começou a gostar do estilo alternativo, já anunciando a afinidade por moda.
A primeira vez que costurou foi aos 17 anos, ainda um pouco insegura ao usar a máquina. Hoje, a costura é a sua terapia e recém-formada em moda, pretende voar cada vez mais.
Fonte: SNB