Especialistas apontaram eventuais benefícios para a população idosa com o Programa de Qualidade na Cardiologia (QualiSUS Cardio), criado neste ano. O debate foi realizado nesta terça-feira (6) pelas comissões de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa; e de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados.
“Com o envelhecimento da população brasileira e no contexto da pandemia de Covid-19, que postergou o tratamento de diversas doenças, é preciso estimular os cuidados com a saúde e com as doenças cardíacas complexas relacionadas à idade”, afirmou o deputado Dr. Zacharias Calil (União-GO), que sugeriu o debate.
O Programa QualiSUS Cardio foi lançado em maio, a fim de monitorar e aperfeiçoar a assistência cardiovascular no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). A iniciativa prevê o repasse de R$ 432 milhões mediante desempenho e cumprimento de metas por 302 centros no País. A adesão deles será voluntária.
Segundo o Ministério da Saúde, o programa surgiu porque os óbitos totais por doenças cardiovasculares, como causas múltiplas, registraram alta de 4% de 2017 a 2021, com maior impacto em pessoas do sexo masculino com 60 anos ou mais. Com pandemia de Covid-19, a mortalidade foi mais expressiva na Região Norte.
O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Tecnologia para Saúde (Abimed), Fernando Silveira, avaliou que a atual defasagem na tabela de preços por produtos e serviços praticada pelo SUS poderá impactar o novo programa. Ele sugeriu liberdade aos gestores locais para a formalização de contratos.
A secretária de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, Maíra Batista Botelho, afirmou que recentemente foram reajustados os valores de 200 itens da tabela SUS, que, segundo ela, é apenas uma referência para os gastos em âmbito federal. A secretária sugeriu ao Congresso a revisão das leis sobre o tema.
Envelhecimento
Todos os debatedores observaram que as pessoas com mais de 60 anos deverão ser a maior parte da população brasileira nos próximos anos. “Houve aumento de cerca de 40% de 2012 a 2021, e as pessoas com 60 ou mais saíram de 22,3 milhões para 31,2 milhões. Até 2030, poderão ultrapassar os 41 milhões”, afirmou Dr. Zacharias Calil.
Fonte: Agência Câmara de Notícias