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Escritor amazonense relata história de superação em livros e promove projeto de prevenção às drogas em escolas públicas do Amazonas

Atividades do Projeto Pense Antes são compostas por leitura de romances baseados na história de vida dos autores, capacitação de professores e encontro presencial com pais e estudantes

Escritor amazonense relata história de superação em livros e promove projeto de prevenção às drogas em escolas públicas do Amazonas
(Foto: Divulgação)

Atividades do Projeto Pense Antes são compostas por leitura de romances baseados na história de vida dos autores, capacitação de professores e encontro presencial com pais e estudantes

A solidão paterna e a sensação de fracasso causadas pelas drogas em sua família apontavam para um futuro incerto. Cercado pelo medo, mas com muita vontade de vencer, o escritor amazonense Filippe Maffra entendeu que a esperança viria a partir das suas próprias escolhas. Anos mais tarde, Filippe decidiu compartilhar suas experiências com outros e constatou que “perder” o pai para as drogas aos 9 anos de idade não era uma realidade exclusiva sua. 

Muitas crianças e adolescentes, assim como ele, também chegavam à escola com vontade de não voltar pra casa. Dessa forma, ele percebeu as fragilidades que os deixavam expostos às drogas. Assim começou o Projeto Pense Antes em 2009, com a publicação de seu primeiro livro, intitulado: “Entre Sol e Chuva”, que descreve seu modo de enxergar a situação como filho de pais que lutavam contra a dependência química. Para adaptar a história às diversas faixas etárias, outros livros foram escritos. Hoje, o Projeto Pense Antes é um dos maiores do Brasil e conta com 9 romances espalhados de Norte a Sul do país.

“Essa história passa por minha infância e minha adolescência. Esse sofrimento de ser filho de um dependente químico crônico me fez querer muito sair desse problema. E ao querer sair desse problema, salvar a minha vida, eu vi que eu conseguia aconselhar um amigo ou outro sobre situações de dificuldades dentro das famílias”, disse.

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O pai

Seu pai, Arlem Maffra, natural de Belo Horizonte (MG), teve a adolescência comprometida pelo uso de drogas. Depois de ser internado em uma comunidade terapêutica, conseguiu superar a dependência com a ajuda dos pais. Contudo, após sucessivas recaídas, a possibilidade de transformar a sua dependência como coisa do passado foi ficando cada vez mais distante. Arlem passou a ser usuário de crack e desapareceu pelas ruas de São Paulo por muitos anos. Sem que ninguém soubesse, tornou-se mais um morador da Cracolândia. Certo dia, ele foi visto e resgatado por uma de suas filhas, momento em que deu início à mais uma processo de recuperação e assim, conseguiu vencer a droga.

A mãe

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Com a história de Laila Maffra, sua mãe, o projeto ganhou alcance ainda maior. A amazonense ficou órfã de pai ainda jovem por conta do envolvimento dele com o tráfico de entorpecentes. Laila transformou a sua vida de adolescente num laboratório de experiências. Sem ajuda terapêutica ou familiar, foi exposta ao álcool e também se tornou dependente química. 

Acolhida por uma juíza amazonense e encaminhada para receber ajuda no Desafio Jovem de Brasília,  Laila deu a volta por cima e conquistou sua liberdade longe das drogas. Filippe entendeu que a história de sua mãe, carregada pelo amor às suas raízes culturais, era o que faltava para fortalecer o projeto. Dessa experiência, nasceram os romances “A Menina da Floresta e o Boto e Meu Encanto”. 

Dia Nacional de Combate às drogas e ao alcoolismo

Amanhã, segunda-feira, 20 de Fevereiro, é comemorado o Dia Nacional de Combate às Drogas e ao alcoolismo no Brasil. A data tem o objetivo de alertar e conscientizar a população sobre o mal que as drogas e o álcool trazem, não só ao organismo como também à sociedade. 

De acordo com o Relatório Mundial sobre Drogas 2022 do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), cerca de 284 milhões de pessoas – na faixa etária entre 15 e 64 anos – usaram drogas em 2020, 26% a mais do que dez anos antes. O levantamento aponta ainda que, os jovens estão usando mais drogas, com níveis de uso em muitos países superiores aos da geração anterior. Na África e na América Latina, as pessoas com menos de 35 anos representam a maioria das pessoas em tratamento devido a transtornos associados ao uso de drogas.

O escritor Filippe Maffra fala sobre a importância da data e das expectativas para a programação deste ano nas escolas da rede pública. “Como é importante a prevenção ao uso de drogas, como é importante ter acesso ao emocional do aluno, do filho, do sobrinho… e conseguir marcar uma mensagem, um conselho, ‘Olha filho não use drogas, porque não vale a pena.’ Como é difícil tratar um dependente químico. Eu já vivi essa realidade na minha família e sei que não é fácil. Estamos aqui nos preparando pra esse ano de 2023, para alcançarmos várias escolas, vários alunos. Queremos ir aos pátios, aos encontros e marcar a vida dessas crianças, desses jovens, desses adolescentes. Somos militantes dessa causa com alegria, porque sentimos a dor na pele e fizemos dessa dor uma causa para lutar a favor do diga ‘NÃO’ às drogas e ‘SIM’ à vida. Porque o seu SIM vale muito!”, disse. 

O Projeto 

Idealizado por Filippe Maffra, O Projeto Pense Antes é um programa de impacto social e prevenção às drogas que surgiu em 2009 e hoje, é realizado em escolas da rede pública nos estados do Amazonas, Mato Grosso e São Paulo. Em 2022, mais de 200 mil estudantes do ensino fundamental e médio participaram do programa. As instituições recebem os livros e distribuem de forma gratuita aos alunos, conforme o título a ser trabalhado em cada série. 

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Após a capacitação pedagógica, os professores ficam sob a responsabilidade de fazer a leitura dos romances em sala de aula. Ao término dessa etapa, os estudantes participam de um encontro presencial na própria escola com os autores Filippe, Laila e Arlem Maffra, além da equipe do projeto. Pais e responsáveis de alunos também são convidados para uma conversa sobre o tema.

Para o coordenador do programa, Filippe Maffra, a experiência que a palestra proporciona é diferente. “Porque apesar do tema ser de drogas, é tratado de forma mais leve. Nós não falamos da composição química em si. Por meio de uma conversa informal, é possível fazer prevenção às drogas sem falar do produto pra não incentivar”, destacou. 

Livros: Entre Sol e Chuva; Meu Encanto; Um Pai Para Recordar, Uma História Impossível e Laila, A Menina da Floresta e o Boto; 

Para mais informações, basta acessar o site www.editoratoquedosaber.com.br ou o instagram @projetopenseantesbr 

Fonte: ASSESSORIA

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