Pediatra explica que esse tipo de bebida industrializada pode causar danos à saúde das crianças, como taquicardia e mal-estar
Nicole Bahls também doou comida às crianças
A modelo Nicole Bahls presenteou crianças ribeirinhas com latas de energético em sua passagem pelo Festival de Parintins, no Amazonas, no último fim de semana. A ação repercutiu nas redes sociais, e muitos internautas questionaram sobre a adequação, ou não, da bebida à faixa etária pediátrica.
“Queria ter dado refrigerante, alguma coisa… Só tinha energético. Eu enchi as crianças de energético”, disse a modelo. Depois do episódio, no entanto, Nicole encontrou um mercado na região e conseguiu comprar alimentos para as crianças.
Segundo Nelson Douglas Ejzenbaum, médico pediatra membro da Academia Americana de Pediatria, crianças não devem tomar bebidas energéticas de nenhum tipo.
“Não se dá energético à criança por causa das altas doses de cafeína e taurina. A gente não dá não só porque não se dá, mas porque não existe uma necessidade”, afirma.
A quantidade exacerbada de taurina e cafeína nas bebidas energéticas pode causar irritabilidade, vômito e mal-estar gástrico nas crianças, comprometendo a saúde e a qualidade do sono delas.
“A bebida não vai causar um risco cardíaco, só em quantidades muito altas, mas pode provocar taquicardia. Crianças não vão ser colocadas em um exercício de altíssima rotatividade nem precisam de uma medicação para ficar acordadas. Energético é coisa de adulto, e ainda assim deve ser usado em determinadas situações [porque também há riscos]”, explica o médico.
Um estudo publicado na revista científica Journal of the American Heart Association mostrou que a ingestão de 900 ml de qualquer bebida energética industrializada, em um curto período de tempo, pode aumentar a pressão arterial e o risco de distúrbios elétricos no coração.
Além disso, o pediatra ressalta que não se deve oferecer café a crianças, assim como refrigerantes e outras bebidas gaseificadas. “Criança tem que tomar água. O correto seria não dar café, mas tem as questões sociais e culturais [que envolvem esse consumo]”, afirma Ejzenbaum.
Fonte: R7.COM