Capítulos foram escritos em folha de caderno na penitenciária de Tremembé e contam infância, o crime e o convívio no cárcere
Em liberdade condicional, Elize Matsunaga, condenada pela morte e esquartejamento do marido Marcos Matsunaga, faz planos para retomar a vida. Ela pretende fazer faculdade de história e, em breve, lançar o livro autobiográfico, com nome provisório de Piquenique no Inferno, escrito ainda na penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo, em folhas de caderno.
“Está bastante empolgada, confiante em contar a versão dela, pela boca dela. Ela escreveu sua história na época para o júri. Eu pedi que ela colocasse a história, que é cheia de altos e baixos, no papel. Depois, ela escreveu outros capítulos sobre a vida na carceragem. Com o tempo, ela decidiu publicar e tornar pública a biografia dela”, conta o advogado criminalista de Elize, Luciano Santoro.
Segundo o advogado, foi uma surpresa a data da liberdade condicional. Elize não havia sido avisada com antecedência. Na saída do presídio, era esperada apenas pelo advogado. Os dois jantaram e conversaram.
Luciano Santoro contou que um dos desejos dela é rever a avó que a criou. O problema é que, para isso, ela precisa de autorização judicial, uma vez que teria de deixar São Paulo e ir para o interior do Paraná.
Elize está em uma cidade próxima à penitenciária, no interior paulista, porque ainda tem alguns procedimentos administrativos a cumprir devido à liberdade condicional. Depois vai se mudar para um ender
reço definitivo, mantido em sigilo pelo advogado.
“Ela ficou muito feliz, a gente estava esperando por isso. Ela tem o desejo de recomeçar, a pessoa aprende. Vejo arrependimento sincero. Nos dez anos de prisão, ela se aproximou da fé. Se arrepende de ter tirado a vida do marido e estragado o futuro da filha dela. Tem essa consciência”, revela Luciano.
Fonte: R7.COM