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Em dois anos, ascensão do Pix facilita a vida de golpistas

Em dois anos, ascensão do Pix facilita a vida de golpistas

Em dois anos, ascensão do Pix facilita a vida de golpistas
( Foto: Reprodução )

Indícios de crimes cometidos com o auxílio da ferramenta de pagamentos dispararam mais de 2.800% no primeiro semestre

A facilidade para transferir dinheiro e realizar pagamentos em poucos minutos garantiu a presença do Pix na vida de quase dois terços da população brasileira. Apesar dos inúmeros benefícios trazidos pela ferramenta nos últimos dois anos, o serviço também abriu espaço para a atuação de golpistas com o auxílio do sistema instantâneo de pagamentos e transferências.

Somente no primeiro semestre, o BC (Banco Central) registrou 739.145 indícios de crimes com o uso do Pix, contra 25.330 no mesmo período de 2021. Apesar do crescimento, especialistas destacam que o sistema é seguro e alertam para a necessidade de cuidados por parte dos usuários.

“Por mais que as fraudes estejam altas, os benefícios trazidos à população, com a inclusão financeira e digitalização da moeda, são benefícios inquestionáveis”, avalia Giancarllo Melito, advogado e sócio do escritório Barcellos Tucunduva.

Entre os principais golpes atrelados ao Pix, aparecem o recebimento de links fraudulentos por email e SMS que, ao serem acionados, resultam no roubo de informações do usuário. Há ainda os golpes do “perfil falso”, o “troquei de número” e o “bug do Pix”, que não envolve a clonagem da conta do WhatsApp, mas induzem a pessoa a acreditar em um suposto erro do sistema para aplicar a fraude.

O especialista em direito empresarial Marcelo Godke destaca que as fraudes envolvendo a ferramenta já eram previstas mesmo antes do lançamento do sistema. “O Pix não tem os mesmos instrumentos para prevenir fraudes verificados no cartão de crédito. Existe um facilitador do trânsito de dinheiro, mas a tecnologia antifraude ainda não atingiu o mesmo nível”, explica.

Melito reforça que, apesar dos golpes, o Pix também inibiu crimes antes realizados com ampla violência. “Poucos abordam o fato de que inúmeros roubos de pequenos comerciais e ambulantes deixaram de ocorrer pelo fato de eles não portarem mais grande quantidade de recursos físicos”, afirma ele.

Próximos passos

Marcelo Martins, diretor da ABFintechs e presidente da startup Iniciador, afirma que o próximo passo para o aperfeiçoamento do sistema passa pela segurança do serviço. “É importante que tenhamos mais segurança com o Pix, o que será possível com a evolução dos sistemas de combate à fraude e melhoria do Mecanismo Especial de Devolução”, avalia.

A preocupação é também presente nas discussões do Banco Central, que deve anunciar em breve mudanças no funcionamento do Pix para fortalecer a segurança do sistema contra fraudes e vazamentos de dados.

Uma das mudanças visa a aumentar o nível de responsabilidade das instituições financeiras e impor uma nova barreira na tentativa de conter episódios de vazamento de dados de empresas e consumidores.

Godke afirma que existe ainda a opção de criar mecanismos secundários de autenticação para limitar as fraudes. Ele, no entanto, prevê que o desenvolvimento vai resultar na redução da velocidade das transações.

Como evitar fraudes

• Confira o remetente dos e-mails recebidos e não acesse páginas suspeitas;

• Nunca clique em links recebidos por e-mail, WhatsApp, redes sociais ou SMS para cadastro da chave Pix ou para cancelamento ou confirmação de transações;

• Cadastre suas chaves Pix apenas nos canais oficiais dos bancos, como aplicativo bancário, Internet Banking ou agências;

• Nunca compartilhe o código de verificação recebido quando você realiza o cadastro da chave Pix;

• Não faça qualquer tipo de cadastro no Pix a partir de ligações telefônicas ou contatos pelo WhatsApp;

• Não forneça senhas ou códigos de acesso fora do site do banco ou do aplicativo;

• Não faça transferências para amigos ou parentes sem confirmar por ligação ou pessoalmente que realmente se trata da pessoa em questão, pois o contato da pessoa pode ter sido clonado ou falsificado.

Fonte; R7.COM

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