Um estudo realizado por cientistas brasileiros apontou que, além da alta taxa de desmatamento, a perda da biodiversidade na Amazônia é causada por outras ações humanas. Segundo os pesquisadores, o cenário faz com que a floresta não tenha mais as mesmas funções e capacidade de regeneração de uma área intocada.
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No geral, quase 38% da degradação do bioma aconteceu por fatores como fogo e extração de madeira (a maioria ilegal). Também englobam a lista efeitos de borda (quando áreas são modificadas e perdem as características por efeitos secundários em áreas vizinhas) e secas extremas, que vêm se intensificando com o avanço do aquecimento global.
Publicado na revista Science, o estudo destaca ainda que a degradação pode resultar em emissões de gases-estufa em igual ou maior quantidade que o desmatamento. Estima-se que o CO2 produzido pela degradação seja entre 50 milhões de toneladas e 200 milhões de toneladas ao ano, enquanto o do desmatamento vai de 60 milhões de toneladas a 210 milhões de toneladas ao ano.
Além disso, a situação pode provocar a redução de até 34% da evapotranspiração (movimentação da água da forma líquida retornando à atmosfera) da estação seca. O cenário resultaria tanto na perda de biodiversidade como no desmatamento em paisagens modificadas pelo homem, gerando encargos socioeconômicos desiguais.
“Distúrbios antropogênicos causam degradação da floresta amazônica remanescente e ameaçam seu futuro. Enquanto alguns transtorno, como os efeitos de borda, podem ser combatidos pela contenção do desmatamento, outros, como restringir o aumento de secas extremas, exigem medidas adicionais, incluindo esforços globais para reduzir as emissões de gases de efeito estufa”, dizem os cientistas.
Fonte: SBTNEWS