Preso na segunda-feira, (16), o empresário Paulo Cupertino passou por mais de cem endereços em ao menos três países enquanto era procurado, estima o delegado Wendel Luís Pinto Sousa Silva, do 98.° Distrito Policial (Jardim Miriam). Ele comandou o inquérito do assassinato do ator Rafael Miguel e dos pais, em 2019, e a ação que resultou na prisão do suspeito.
“Aqui, por esta delegacia, nós verificamos tranquilamente mais de cem endereços”, disse o delegado ao Estadão. Além das investigações conduzidas pelo 98.° DP, ele conta que setores especializados da Polícia Civil e também equipes da Polícia Militar participaram da busca. “Se bobear, foram mais de 300 lugares.”
Ao longo dos três anos de busca, os indícios são de que Cupertino tenha se estabelecido em ao menos três países: Brasil, Paraguai e Argentina. Até que uma denúncia contribuiu para a captura do investigado. “Recebemos uma denúncia anônima de que ele estaria na região. Após o serviço de inteligência e investigação, localizamos o local em que ele estava, fizemos campana e, após a confirmação de que era ele mesmo hospedado naquele hotel, fizemos o trabalho de combinar a prisão dele”, relata.
O trabalho de campana realizado nas proximidades do hotel, em Interlagos, zona sul paulistana, durou cerca de dez dias. “Foi para não dar o bote errado”, diz o delegado. Conforme Silva, o procurado usava nome falso por onde passava. “Ele tinha objetos que mudavam cor de cabelo, cor do chapéu, cor da roupa. Ora se fantasiava de uma coisa, ora de outra. Então ele usava artifícios para não ser reconhecido.”
A polícia estima que ele estava em São Paulo havia pelo menos 30 dias. “Não sabemos o porquê dele ter voltado. Acreditamos que acabou o dinheiro e ele deve ter vindo buscar recursos com a família, com amigos”, explica o delegado. No inquérito inicial, dois amigos de Cupertino viraram réus por acobertá-lo. “Mas isso lá na época da fuga dele, no cometimento do crime. Agora estamos começando a investigar se há terceiros envolvidos.”
Fonte: AGÊNCIA ESTADO