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Crime em Foz do Iguaçu: perícia em celular pode mudar rumo de investigação

Crime em Foz do Iguaçu: perícia em celular pode mudar rumo de investigação
(Foto: Reprodução)

Responsável pela força-tarefa encarregada de investigar o assassinato do tesoureiro do PT Marcelo Arruda pelo policial penal federal e apoiador de Bolsonaro Jorge Guaranho, disse na noite desta sexta-feira (15) que a perícia no telefone celular do autor do crime pode trazer fatos que alterem os rumos da investigação.

“A primeira providência que nós tomamos foi solicitar e foi tentar descobrir quem estava na posse desse celular, e imediatamente representamos pela apreensão do celular e pela autorização para acesso. E a extração dos conteúdos desse celular é importante sim, porque no celular muitas vezes o autor pode ter comentado que ia fazer, pode ter dado alguma opinião. Então, a análise do celular é muito importante sim e pode trazer algum elemento novo na investigação”, afirmou Camila Cecconello, em entrevista à GloboNews.

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“Mas como temos um prazo a cumprir, sob pena de que o não cumprimento do prazo pode acarretar a soltura desse suspeito, do réu, nós temos que relatar o inquérito com os elementos que nós temos e claro aguardar”, acrescentou a delegada, para explicar a agilidade na conclusão do inquérito.

O prazo para entregar o inquérito terminaria na próxima terça-feira (19).

Chefe da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa, Cecconello Camila deu a declaração após as críticas ao longo desta sexta-feira, após afirmar em entrevista coletiva que o inquérito policial concluiu que não houve motivação política. Os investigadores, segundo a delegada, concluíram que o policial bolsonarista só foi ao local do crime, onde o petista, estava reunido com amigos e parentes, após saber que lá havia uma festa de aniversário com temática petista e ainda chegar gritando “Bolsonaro mito!”, com música alta no carro que exaltava o presidente da República, em clara provocação, ainda de acordo com a própria investigação.

Logo após a entrevista com a conclusão do caso, advogados que representam a família de Marcelo Arruda emitiram nota dizendo que a família do dirigente petista assassinado em Foz do Iguaçu (PR) no último sábado (9) discorda da conclusão do inquérito policial sobre o caso. Para ela, tudo só aconteceu por causa do ódio, em meio a um contexto político.

Um dos advogados disse ainda que o Ministério Público vai ter autonomia para inserir motivação política, que considera notória. “A defesa vai reafirmar que foi motivação política e que vamos levantar quem é a pessoa que informou Guaranhos sobre a festa temática do PT”, afirmou Ian Vargas.

Bolsonarista será indiciado por homicídio com motivo torpe e perigo comum

Em entrevista coletiva na manhã de sexta, a delegada Camila Cecconello disse que Guaranho será indiciado por homicídio com motivo torpe e perigo comum.

Ela contou que o assassino decidiu ir ao local do crime, um clube recreativo, ao saber que havia uma festa temática do PT e do ex-presidente Lula. Informação passada por um amigo de Guaranho, que estava com ele em um churrasco e soube da festa por meio de funcionário da associação onde Marcelo Arruda celebrava seus 50 anos.

O funcionário da associação viu a comemoração por meio de imagens das câmeras do circuito interno de TV.

O autor estava em outro local, onde costumava jogar futebol com amigos no fim de semana nos fins de semana. Ao saber da festa com temas do PT, Guaranho foi até lá em seu carro, com a mulher e o filho, um bebê. Chegou com o som alto, em que tocava uma música temática a favor de Bolsonaro.

Ao ouvir a música, o tesoureiro do PT e outros participantes da festa deixaram o salão e interpelaram o bolsonarista. Houve discussão e o petista jogou areia e pedregulhos no veículo do bolsonarista, que deixou o local avisando que voltaria.

Cerca de 10 minutos depois, ele retornou já com arma em punho e, ao entrar no salão de festas, atirou em direção a Arruda, que revidou também com tiros e acertou o bolsonarista. Mas Arruda não resistiu, enquanto Guaranho está vivo, internado em um hospital da cidade paraense. Ele teve prisão preventiva decretada na segunda (11).

O inquérito sobre o caso foi concluído na quinta-feira (14), segundo a Polícia Civil. A instituição diz ter ouvido 17 pessoas na investigação, dentre testemunhas que estavam no local do crime e familiares do guarda municipal e do policial penal federal. Também foram analisadas imagens de câmeras de segurança e foram feitas diligências complementares, ainda segundo a polícia.

Juiz rejeita impor sigilo às investigações sobre assassinato de petista no Paraná

O juiz Gustavo Germano Francisco Arguello, da 3ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu, rejeitou o pedido para impor sigilo às investigações sobre o crime.

O pedido partiu do Ministério Público do Paraná e da família do tesoureiro do PT. O juiz entendeu que prevalece o interesse público sobre o caso.

Para o magistrado, o esclarecimento do caso tem “despertado o interesse da comunidade” o que, afirmou o juiz, “reforça a necessidade de se primar pela regra da publicidade” das investigações

(Por Renato Alves)

Fonte: O TEMPO

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