Grupo que controla o atual governo do Afeganistão tem imposto diversas medidas restritivas contra a população feminina do país
O Conselho de Segurança da ONU pediu nesta terça-feira (24) aos talibãs “que revoguem rapidamente as políticas e práticas que restringem atualmente os direitos humanos e as liberdades fundamentais das mulheres e jovens afegãs”, em uma declaração adotada por unanimidade.
Nesse texto apresentado pela Noruega e negociado há quase duas semanas, os 15 membros do Conselho se declaram “profundamente preocupados com a erosão crescente do respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais das mulheres e das jovens no Afeganistão pelos talibãs”.Nesse sentido, citam a “imposição de restrições que limitam o acesso à educação, ao emprego, à liberdade de circulação e à participação plena, igualitária e significativa das mulheres na vida pública”.
O Conselho de Segurança exige particularmente ao governo talibã que reabra imediatamente as escolas para todas as alunas e manifesta sua “profunda preocupação” com a imposição de que as mulheres cubram o rosto em espaços públicos e transmissões televisivas.
Segundo diplomatas, a negociação da declaração foi difícil, já que China e Rússia foram contra o texto se concentrar nos direitos humanos. Como resultado, em vários parágrafos se manifesta também uma “profunda preocupação” com a “situação instável” no Afeganistão nos campos humanitário, político, econômico, social e de segurança.A declaração cita particularmente o tráfico de drogas e os ataques terroristas contínuos contra civis, assim como a necessidade de restaurar os sistemas financeiro e bancário do país.
Em meados de março, o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma resolução que renova por um ano a missão política da organização no Afeganistão, esperando uma atitude mais moderada dos talibãs, no comando do país desde meados de agosto, em comparação com seu último governo, entre 1996 e 2001.
Nos últimos meses, os talibãs impuseram uma série de restrições à sociedade civil, a maioria delas destinada a submeter as mulheres à sua concepção rigorosa do Islã.
Fonte: R7.COM