Demanda por tratamentos pouco invasivos cresceu na pandemia; setor de medicina estética foi avaliado em US$ 99,1 bi em 2021
Corrigir uma imperfeição, amenizar uma ruga, mudar o formato do nariz, marcar o maxilar, diminuir a papada e reconquistar o contorno da face são sonhos de consumo de muita gente. Todas essas alterações na aparência podem ser feitas de uma vez só na harmonização facial, tratamento cuja demanda não para de crescer e que fez o mercado da medicina estética dobrar de tamanho em poucos anos.
Trata-se da combinação de procedimentos estéticos não cirúrgicos, em que certas substâncias, como a toxina botulínica e o ácido hialurônico, são injetados sob a pele. O objetivo é dar mais equilíbrio entre o volume, o formato e o ângulo das partes do rosto, melhorando sua simetria e harmonia geral. As técnicas e produtos aplicados são praticamente os mesmos usados para combater os sinais da idade, como rugas, marcas de expressão e flacidez.
A beleza e a harmonia da face estão diretamente relacionadas com a autoestima: essa é a parte do corpo que mais diferencia as pessoas, a responsável por causar a primeira impressão sobre cada um. Isso, além de fatores como o uso mais intensivo das redes sociais e o aumento de participação em videochamadas, ajuda a explicar o sucesso dos procedimentos minimamente invasivos.
“Tivemos um crescimento de 100% nos últimos dez anos”, diz José Octavio Gonçalves de Freitas, presidente da regional São Paulo da SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica). “Os tratamentos ficaram mais acessíveis, outros profissionais, além dos médicos, começaram a fazer os procedimentos, e a procura aumentou muito”, completa.
Em 2021, o mercado global de medicina estética foi avaliado em US$ 99,1 bilhões, segundo o relatório Aesthetic Medicine Market Size & Growth, elaborado pela empresa americana Grand View Research. No documento, a projeção é de que, de 2022 a 2030, haja uma expansão de 14,5% (taxa de crescimento anual composta) no faturamento do setor.
O mesmo estudo mostra que, no ano passado, o segmento de procedimentos minimamente invasivos teve participação superior a 50% no mercado mundial. Para os próximos cinco anos, a expectativa é de que o mercado global de injetáveis estéticos cresça de 12% a 14% ao ano, informa pesquisa da consultoria McKinsey, de 2021.
Segundo colocado no ranking dos países que mais realizam procedimentos estéticos, somados os cirúrgicos e os não cirúrgicos, o Brasil registrou 1.929.359 intervenções só em 2020, número que equivale a 7,9% do mercado global. Os dados são da Isaps (sigla em inglês da Sociedade Internacional de Cirurgia Estética), que faz um levantamento anual sobre os tratamentos realizados por cirurgiões plásticos no mundo inteiro.
Em primeiro lugar ficaram os Estados Unidos, que dominam 19% do mercado, com 4.667.931 procedimentos realizados no mesmo ano. Depois, vêm Alemanha, com 1.157.738 intervenções, Japão, com 1.058,198, e Turquia, com 945.477.
Fonte: R7.COM