Nova versão de imunizante, que combina antígenos, mostrou-se eficaz até na proteção contra reinfecção pelo coronavírus
Pesquisadores da Ohio State University obtiveram resultados animadores no estudo de uma vacina conjugada contra caxumba e Covid-19 desenvolvida para ser usada em crianças.
O projeto busca incorporar a proteção contra o coronavíurs à vacina tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba), embora os cientistas tenham, neste momento, conseguido eficácia mais significativa contra o Sars-CoV-2 apenas com o vírus da caxumba.
“Estávamos engajados em fazer uma vacina para bebês e crianças com a ideia de que, se pudéssemos incorporar a vacina contra caxumba e Covid-19 na vacina tríplice viral, você teria proteção contra quatro patógenos — sarampo, caxumba, rubéola e Sars-CoV-2 — em um único programa de imunização”, disse o autor sênior do estudo, Jianrong Li, em comunicado.
Para tornar o feito possível, os cientistas usaram uma versão do Sars-CoV-2 latente, ou seja, que ainda não infectou nenhuma célula, e com aminoácidos mais flexíveis.
Experimentos compararam essa versão do Sars-CoV-2 com os antígenos “mais simples” já utilizados comumente nas vacinas e descobriram que a proteína mais flexível produz mais anticorpos neutralizantes.
“O antígeno flexível é cerca de 8,5 vezes melhor que o simples. Isso é muito importante — é muito mais produção de anticorpos, o que pode se tornar significativo, pois parece que o vírus continuará evoluindo”, disse o coautor do estudo, Mark Peeples, em comunicado.
Detalhes do estudo
A pesquisa também realizou testes com uma cepa de vacina contra caxumba, comumente encontrada na vacina tríplice viral desde a década de 1960.
Quando o gene da proteína spike (parte da superfície que o coronavírus usa para se ligar às células humanas) mais flexível foi inserido no genoma da doença, o vírus recombinante da caxumba — que leva o anticorpo para a célula — se replicou de forma mais lenta, mas estável e em uma linha celular aprovada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) para produção de vacinas.
Além do mais, o teste da vacina da caxumba combinada com a proteína spike flexível em camundongos e hamsters demonstrou uma forte resposta imune.
Os cientistas compararam a eficácia de duas vacinas contra caxumba: uma integrada com a Sars-CoV-2 flexível e a outra com apenas a versão “simples”, além da dose comumente usada contra a doença.
Os testes foram feitos em camundongos projetados para serem altamente suscetíveis à infecção pela caxumba e em hamsters sírios dourados — modelo-padrão para estudos relacionados à proteína spike.
Em todas as etapas a vacina combinada com a proteína flexível foi mais eficiente, produziu mais anticorpos e, mesmo diante de uma reinfecção por Sars-CoV-2, conferiu proteção contra danos pulmonares e diminuiu significativamente a replicação dessas partículas nos pulmões e na cavidade nasal.
“Nós não testamos [contra] a variante Ômicron para este artigo, mas a vacina flexível induziu anticorpos neutralizantes e atividade de células T (que produzem respostas antivirais) contra várias variantes preocupantes e ofereceu proteção completa contra doenças causadas pelo Sars-CoV-2 e a variante Delta”, disse Li.
Fonte: R7.COM