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Caprichoso abre segunda noite do Festival de Parintins exaltando lutas de povos amazônidas

Caprichoso abre segunda noite do Festival de Parintins exaltando lutas de povos amazônidas

Resistência dos povos tradicionais norteou apresentação do azul e branco

O boi-bumbá Caprichoso foi o primeiro a se apresentar neste sábado (25), segunda noite do 55º Festival Folclórico de Parintins. Na arena do Bumbódromo, o Touro Negro desenvolveu o subtema “Amazônia-Aldeia: o brado do povo”, que faz parte da temática “Amazônia: Nossa luta em poesia”. O espetáculo retratou a pluralidade e resistência dos povos e comunidades tradicionais da Amazônia.

Entre os integrantes do elenco azul e branco, o sentimento foi de emoção e gratidão, por poder estar vivenciando o festival do reencontro.

“A emoção é natural, é de um encontro, depois de dois anos. Esse reencontro é para lavar a alma, para emocionar de verdade, aflorar a sensibilidade da gente. E o Caprichoso, se Deus quiser, vai ser campeão”, disse Júnior Paulain, animador do Caprichoso, que também já foi apresentador e amo do boi.

O compositor do boi azul, Juarez Lima Filho, que perdeu a mãe e outros familiares para a Covid-19, também se emocionou com a retomada do festival. “É um prazer novamente viver essa festa, esse festival. É um festival diferente, sobretudo da renovação da fé”, afirmou.

“A gente está aqui também por eles em memória, em especial a minha mãe querida, que era uma guerreira do galpão do Caprichoso, Irlani Lima. O Caprichoso faz esse resgate de sentimento, de renovação e, sobretudo, da fé”, ressaltou Juarez.

Investimentos – A estrutura disponibilizada pelo Governo do Amazonas para a realização do 55º Festival Folclórico de Parintins inclui 2 mil servidores estaduais envolvidos na operação da festa, que movimenta a economia do município.

Na área da saúde, são 60 profissionais incluindo médicos e enfermeiros. Dois ambulatórios foram montados, um para os torcedores do Caprichoso e outro para a galera do Garantido.

Na segurança pública são mil servidores, somando efetivos da Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e Secretaria de Segurança Pública (SSP).

Com a expectativa de receber 80 mil pessoas, o festival é oportunidade de emprego e renda para os profissionais da economia criativa e de outros segmentos, especialmente os ligados ao atendimento aos visitantes.

Apresentação azul – Como Figura Típica Regional (item 15), o Caprichoso apresentou “O Caboclo da Mata”, mostrando a vivência do homem que aprendeu com seus antepassados, a cuidar da floresta. No item 17 – Lenda Amazônica, “Os Trilhos da Morte” trouxeram a narrativa da construção da ferrovia Madeira-Mamoré (1907 a 1912). Já no ritual (item 4), a história da unificação do povo Wayana-Apalai, que habitam a fronteira entre o Brasil e o Suriname, foi retratada na arena.

No momento tribal, o Caprichoso reverenciou mulheres guerreiras como Tuíra Kayapó, Célia Xacriabá, Sônia Guajajara, Sâmela Sateré, Alessandra Kabá, Teporí Yawalapiti e a cunhã-poranga Marciele Albuquerque Munduruku.

Fonte: ASCOM/SECOM

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