As buscas na Amazônia pelo indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira e pelo jornalista inglês Dom Phillips serão retomadas nesta quarta-feira (8). Os dois desapareceram no domingo (5), quando navegavam pela Terra Indígena Vale Javari, no Amazonas.
A reserva, que é a segunda maior do país, é palco de conflitos típicos da região: tráfico de drogas, roubo de madeira e avanço do garimpo ilegal.
Ainda no domingo, a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) começou as buscas. Sem obter sucesso, na segunda-feira, a organização indígena acionou as autoridades e divulgou nota à imprensa comunicando o desaparecimento dos dois.
Desde então, diversos órgãos federais estão envolvidos na operação para tentar encontrá-los. Agentes da Polícia Federal e da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) participam das buscas, além da Marinha e do Exército.
Assim como nos outros dias, as vistorias deverão se concentrar pelas regiões dos rios Javari, Itaquaí e Ituí, próximo à sede do município de Atalaia do Norte, onde os dois deveriam ter chegado após deixarem a comunidade ribeirinha São Rafael.
Na segunda-feira, o governo do Amazonas anunciou o envio de bombeiros, policiais civis e militares para reforçar a procura.
A Polícia Civil abriu um inquérito para apurar o caso. Até a noite de terça-feira, cinco pessoas tinham sido ouvidas: quatro na condição de testemunhas e outra como suspeita.
Mapa mostra onde jornalista e indigenista desapareceram na Amazônia — Foto: Arte/g1
Bruno e Phillips tinham sido vistos pela última vez quando chegaram à comunidade São Rafael por volta das 6h de domingo. No local, eles conversaram com a esposa do líder comunitário apelidado de ‘Churrasco’. De lá, eles partiram rumo a Atalaia do Norte, viagem que dura aproximadamente duas horas, mas não chegaram ao destino. A previsão era que eles chegassem ainda no domingo entre 8h e 9h.
“Os dois se deslocaram com o objetivo de visitar a equipe de Vigilância Indígena que se encontra próxima à localidade chamada Lago do Jaburu (próxima da Base de Vigilância da FUNAI no rio Ituí), para que o jornalista visitasse o local e fizesse algumas entrevistas com os indígenas”, diz o texto divulgado pela Univaja, na segunda-feira.
Eles viajavam com uma embarcação nova, de 40 cavalos, e 70 litros de gasolina, o suficiente para a viagem.
Ainda no domingo, a Univaja começou as buscas. Sem obter sucesso, na segunda-feira, a organização indígena acionou as autoridades e divulgou nota à imprensa.
Efetivo
De acordo com a Marinha, sete militares com auxílio de uma lancha atuam nas atividades de busca. Além disso, logo nas primeiras horas da manhã de terça-feira (7), um helicóptero do 1º Esquadrão de Emprego Geral do Noroeste foi usado, além de outras duas embarcações e uma moto aquática.
Já o Exército informou que está empregando militares combatentes de selva da 16º Brigada de Infantaria de Selva com, aproximadamente, 150 militares especialistas em operações em ambiente de selva e que conhecem o terreno onde se desenvolvem as buscas.
De acordo com Funai, 15 servidores da fundação e da Força Nacional também atuam na ação.
O governo estadual ainda não divulgou o total de efetivo de bombeiros e policiais civis e militares enviados para a operação.
Fonte: G1-AM