A Associação Folclórica Boi-Bumbá Garantido, em parceria com o Grupo de Trabalho e Memória da AFBBG, realizou neste sábado (30) o primeiro Encontro de Mobilização do Quilombo da Baixa da Xanda, em Parintins.
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O evento reuniu lideranças quilombolas, moradores, antropólogos e historiadores, reafirmando a identidade preta presente na história da Baixa do São José e do Boi do Povão. Além disso, promoveu reflexões sobre a valorização do legado cultural dos quilombolas na Amazônia. A programação incluiu rodas de conversa, destacando as raízes afro-indígenas que formam a essência do Boi Garantido.
Entre os convidados estavam Nathaly Virgínia Fonseca Dantas, liderança da juventude quilombola de Manaus; Keilah Maria da Silva Fonseca, liderança quilombola de Manaus; Maria Amélia Santos, representante dos quilombos do Rio Andirá; e integrantes da tradicional Família Monteverde, reconhecida por sua resistência quilombola em Parintins.
Reconhecimento das raízes afro-indígenas
Durante o encontro, o presidente do Boi Garantido, Fred Góes, destacou a relevância histórica e cultural da Baixa do São José, apontando-a como um dos principais símbolos de resistência de Parintins. Ele relembrou que a região foi, no passado, refúgio de populações negras e indígenas deslocadas para as periferias da cidade.
“Esse território foi a transfiguração étnica mais importante da nossa ilha, unindo identidades afro-indígenas. A Baixa carrega uma herança de resistência que reflete, inclusive, a história da minha própria família”, afirmou.
O presidente ressaltou a importância do reconhecimento oficial do quilombo pela Fundação Palmares, afirmando que o título não é apenas um marco institucional, mas também um passo essencial para a valorização do povo preto e indígena de Parintins.
“Este momento é significativo não apenas para nós, mas para todos que reconhecem o valor de suas ancestralidades. Essa luta vai além das toadas e da arena; ela está na essência do povo que faz o Boi do Povão”, concluiu.
Vozes da resistência
Maria Amélia Santos, liderança dos quilombos do Rio Andirá, reforçou o direito dos moradores da Baixa de serem reconhecidos por suas origens.
“A raiz da Baixa é preta. A negritude está no sangue e na história. A Baixa precisa ser contemplada, levar sua história além e alcançar a Fundação Palmares. Não somos nós que precisamos dizer isso, são as raízes dessa terra que falam mais alto”, afirmou.
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O evento marcou um importante passo na luta pelo reconhecimento e valorização do legado afro-indígena em Parintins, consolidando o compromisso do Boi-Bumbá Garantido com a preservação da memória e da identidade dos povos tradicionais.
Fonte: ASSESSORIA
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