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Saúde

Bebês cardiopatas recebem alta do Hospital Francisca Mendes após meses hospitalizadas

Bebês cardiopatas recebem alta do Hospital Francisca Mendes após meses hospitalizadas
(Fotos: Rodrigo Santos/SES-AM)

O retorno para casa se tornou possível após a assistência obtida no hospital e pelo Programa Melhor em Casa

Após meses hospitalizadas na Fundação Hospital do Coração Francisca Mendes (FHCFM), unidade da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), Ysis Maria Lima, de 9 meses, e Kamille Buzaglo, de 10 meses, receberam alta após atendimento multidisciplinar realizado integralmente na unidade, referência em cardiologia na Região Norte. Elas serão acompanhadas pelo Programa Melhor em Casa, que disponibilizou equipamentos, insumos e assistência para o retorno ao ambiente familiar.

As duas têm cardiopatias congênitas e passaram por cirurgias delicadas para correção, a fim de melhorar as funções cardíacas. Após a cirurgia, elas tiveram complicações e necessitaram de cuidados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde foram acompanhadas pela equipe multidisciplinar do Francisca Mendes, que também disponibilizou acolhimento psicossocial às famílias das pacientes.

Kamille Buzaglo, diagnosticada com Tetralogia de Fallot, cardiopatia rara que consiste em defeitos na anatomia cardíaca, passou quase dois meses internada no hospital. Priscila Buzaglo, mãe da bebê, fala sobre o sentimento de levar sua filha para casa após quase dois meses. As crianças receberam alta médica na quinta-feira (02).

“Esses 58 dias que eu passei foram dias angustiantes. Ela passou 25 dias em coma e hoje é o grande dia da vitória, de sair daqui e ela se recuperando. A experiência mexeu muito comigo, mas só tenho a agradecer a Deus mesmo pela minha filha poder ir para casa comigo. Por toda a equipe médica, em todos os plantões, que sempre trataram ela muito bem, eu só tenho a agradecer a cada um deles”, conta a mãe.

Ysis Maria deu entrada na unidade aos seis meses de idade com o diagnóstico de Persistência do Canal Arterial (PCA), condição que influencia na quantidade de sangue que é transportado para a artéria pulmonar e provoca sopro, pulso rápido e taquicardia. Valdicéia Silva, mãe de Ysis, disse que a insegurança em continuar o tratamento em casa desapareceu, após a confirmação do acompanhamento pela equipe multiprofissional do programa.

“Ir para casa é um sentimento de alívio e de vitória pelo que a gente já passou, e essa angústia de estar dentro do hospital, hoje está bem, amanhã não sabe. ‘Como que vai ser quando eu for pra casa? Como que eu vou cuidar de uma criança assim?’. Havia um certo medo, que não tem mais. Tendo esse suporte para gente é um grande alívio, sabendo que a minha filha na hora que ela precisar de socorro médico, de ajuda, de um suporte ela vai ter”, declara Valdicéia.

Tratamento

As duas crianças fazem o uso da traqueostomia e gastrostomia, tornando-as aptas a receber assistência domiciliar, conforme a necessidade avaliada pela equipe médica do Programa Melhor em Casa. O pediatra Magno Santana, que irá acompanhar as crianças, destacou os cuidados necessários a partir da desospitalização e os equipamentos ofertados pelo programa para continuidade do tratamento em casa.

“Elas têm direito a todas as cânulas que são necessárias para fazer a aspiração e ao aspirador também. Tendo o aspirador em casa a gente disponibiliza as cânulas de aspiração, fraldas, alimentação. Fazendo uso de gastrostomia elas têm todo o material disponibilizado pelo Melhor Em Casa”, afirmou o médico.

Base

Desde o dia 26 abril, o Hospital Francisca Mendes passou a contar com uma base do Programa Melhor em Casa. A ampliação proporciona que mais pacientes deixem a unidade para dar continuidade ao tratamento em casa, deste modo desocupando leitos para acolher outros pacientes, conforme explicou a coordenadora do programa, Semira Torres.

“Nossa equipe já está funcionando dentro do Francisca Mendes. Todos os pacientes que serão desospitalizados vão passar pela avaliação do Melhor em Casa, para que a gente possa dar essa continuidade ao tratamento em domicílio. Assim, acaba liberando leitos para outras pessoas que precisam e que estão esperando por esse leito na central de regulação”, disse a coordenadora.

O programa tem equipes para identificação de pacientes para desospitalização nas seguintes unidades da rede estadual: Hospitais e Prontos-Socorros 28 de Agosto, João Lúcio e Platão Araújo; Hospital Delphina Aziz; Instituto de Saúde da Criança do Amazonas; Fundações Adriano Jorge, Centro de Controle de Oncologia e de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado, e desde o mês passado, também, no Hospital Universitário Francisca Mendes, além do Hospital Francisca Mendes.

Fonte: ASCOM/SES-AM

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