O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou estudos feitos por três universidades brasileiras que teriam avaliado a segurança das novas urnas eletrônicas. Por terem sido entregues no fim do ano passado, o modelo de equipamento a ser usado nas eleições deste ano ainda não haviam passado por teste público de integridade.
Na prática, os pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) testaram os códigos-fonte das urnas.
Com base nos relatórios apresentados, após, em média, 3 meses de experimentos, o TSE chegou à conclusão de que nenhum teste de segurança conseguiu alterar o destino e a integridade de uma votação.
O Laboratório de Arquitetura e Redes de Computadores (Larc) da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (EP-USP) concluiu “que o modelo novo da urna testado preserva todas as proteções existentes nas versões anteriores, dotadas de hardware de segurança, criando um cenário similar de resistência a invasões quando utilizadas.”
Pela primeira vez, instituições que firmaram convênio com o TSE puderam fazer os testes fora da Corte.
Havia previsão de a Polícia Federal também entrar nesta parceria, mas o tribunal e o órgão não finalizaram o acordo. Por isso, a PF está avaliando o código-fonte das urnas em uma sala montada no TSE.
Também já fizeram esta mesma inspeção dentro do tribunal as Forças Armadas, a Controladoria-Geral da União, Universidade Federal do Rio Grande do Sul e o Senado Federal.
O PL, partido de Bolsonaro, e o PV se inscreveram, mas não fizeram a análise ainda, segundo o TSE.
Além de avaliar o código, a USP realizou simulações de ataques hacker às urnas, nos moldes do TPS (Teste Público de Segurança) que o TSE realiza periodicamente. Nada foi constatado, segundo o relatório a que CNN Brasil teve acesso.
A Unicamp afirma que “nada foi encontrado que possa colocar em dúvida a integridade e confiabilidade do código-fonte da urna eletrônica brasileira” dentro dos testes feitos.
Para o professor Ricardo Dahab, diretor-geral de Tecnologia da Informação e Comunicação da universidade sediada em Campinas, “o relatório conclui que não há código malicioso na urna que vulnere eventual teste de integridade realizado sem identificação biométrica.”
Já a UFPE conclui que os estudos desenvolvidos não identificaram “problemas que comprometam o funcionamento do software”. A universidade diz que não há necessidade de alterações urgentes, e apresenta algumas sugestões para o “aumento da qualidade do código”.
“Acreditamos que as sugestões propostas podem ser avaliadas pela equipe do TSE para possível adoção em um próximo ciclo, sem que haja prejuízo para o funcionamento do ciclo em curso”, afirma ainda o relatório da UFPE.
De forma geral, as três universidades sugerem melhorias ao sistema eletrônico de votação, mas dizem que os testes não encontraram vulnerabilidades.
Forças Armadas
O teste público do novo modelo de urna foi alvo de questionamento das Forças Armadas na Comissão da Transparência das Eleições, criada pelo TSE em 2021 para discutir a segurança da votação.
No entanto, somente agora em agosto técnicos indicados pelo Ministério da Defesa iniciaram a inspeção dos códigos-fonte da urna eletrônica.
Fonte: CNNBRASIL